Dia Mundial da Água: Em todo o planeta, 2,5 bilhões de pessoas vivem com pouca água

Dia Mundial da Água: Em todo o planeta, 2,5 bilhões de pessoas vivem com pouca água

A preocupação de São Paulo com o colapso hídrico, que motivou a realização de um estudo sobre a possibilidade de o rio Paraíba lhe prover água, causando temor no governo do Rio, ambientalistas e população do vale homônimo, não é exceção. No século XX, a população do planeta aumentou 2,5 vezes. O consumo de água, por sua vez, cresceu seis vezes.

 

As próximas décadas serão ainda mais cinzentas. Hoje, 2,5 bilhões de pessoas estão sob estresse hídrico - quando uma pessoa tem acesso, em um ano, a menos de mil metros cúbicos de água. Em 2025, serão 5,5 bilhões de pessoas nessa situação.

 

A disponibilidade de água divide o planeta. De um lado estão Ásia, África e Europa. Juntos, estes continentes têm 86% da população mundial, mas apenas 55% dos recursos hídricos. Na América do Sul, os números são invertidos.

 

- Temos apenas 6% da população, mas 26% da água - ressalta Paulo Canedo, coordenador do Laboratório de Hidrologia da Coppe/UFRJ. - Apesar da abundância, as cidades têm problemas hídricos caracterizados pela degradação da qualidade das águas urbanas, por enchentes e pela falta de água potável com qualidade adequada.

 

Canedo acredita que o Brasil possa “ver o cavalo passar encilhado e não montar”. Em vez de administrar um recurso cada vez mais escasso, o país ainda permite que a água, de tão poluída, borbulhe a 300 metros de uma estação de tratamento de esgoto.

 

- Não há rio urbano no país em que você ouse mergulhar - aposta. - Há uma série de problemas a resolver, como a falta de planejamento urbano para ocupação do solo, a precária destinação do lixo e a ocupação descontrolada das áreas ribeirinhas. Os corpos d'água estão degradados e colaboram para a proliferação de doenças.

 

Por isso, segundo Canedo, a cada dia mais cidades são obrigadas a buscar novos e distantes mananciais limpos. Suas antigas fontes de abastecimento são transformadas em coaclas.

 

A escassez de água é um freio indesejável ao desenvolvimento econômico. E combatê-la custará caro. Calcula-se que já é necessário investir US$ 180 milhões por ano na infraestrutura hídrica mundial. Resta saber de onde virão os recursos.

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