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Desde
a criação dos bons e velhos walkmans, o uso de fones de ouvido nunca foi tão
disseminado. Conectados a aparelhos minúsculos, como os mp3 players e
celulares, os fones são usados diariamente por muitas pessoas, que adoram ouvir
sons bastante altos. Porém, da maneira incorreta, podem prejudicar a saúde e
causar desde um simples ruído até mesmo a surdez. Mas quais são os riscos?
O
barulho acima do suportado pelo aparelho auditivo danifica as células ciliadas,
responsáveis pela audição, provocando danos que podem ser irreversíveis. A
gravidade da lesão vai depender da intensidade do barulho e do tempo que a
pessoa ficou exposta a ele.
De
acordo com o professor do departamento de otorrinolaringologia e cirurgia
cérvico fácil da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Manoel de Nóbrega,
o aparelho auditivo humano suporta até 60 decibéis (dB) durante 60 minutos a
cada 24 horas. Períodos superiores a isso, e, principalmente, a níveis de som
mais intensos, já são nocivos à audição. “Agora imagine um fone de ouvido? Um
modelo intraocular chega a ampliar essa intensidade em até cinco vezes”, alerta
o professor.
Para
ilustrar, Nóbrega lembra o caso do filme “The song songs of remain”, no qual a
banda Led Zeppelin aparece tocando e o vocalista fica sempre em frente a uma
caixa de som. “Aquilo era o retorno deles. Hoje isso é feito com um fone
intraocular e já causou a surdez de diversos músicos”, ressalta.
Em
casos menos graves, o aparelho auditivo pode ser levemente lesionado ou apenas
ficar irritado. O professor explica que, ao ficar exposto a ruídos de alta
intensidade, o indivíduo pode sofrer uma perda auditiva temporária. “Se não houver
um descanso após este período de irritação, então as perdas podem ser
irreversíveis.”
Zumbido
Segundo
dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a percepção de um som que não está
sendo gerado no ambiente afeta 28 milhões de pessoas no Brasil. Muitos sentem
um incômodo constante, como se fosse um zumbido, que tira a paciência e gera
riscos.
”O
zumbido não é uma doença, mas um sintoma. É preciso investigar o que está
causando”, afirma a otorrinolaringologista da Associação Brasileira de
Otorrinolaringologia, Mara Edwirges Rocha Gandara. Ele pode estar relacionado
não apenas ao hábito de ouvir sons altos, mas a uma dieta mal feita ou até
mesmo a casos de anemia. “Se o problema for algo relacionado ao sistema
metabólico, há como suspender o que está causando o zumbido. Já a lesão das
células auditivas é irreversível”, alerta.
O
professor Manoel de Nóbrega explica que a lesão ocorre primeiro nas células
mais sensíveis, responsáveis pela amplificação do som. Neste estágio há uma
leve perda de audição. Caso o dano atinja as células de codificação do som,
pode haver perda total da audição. Mas o efeito de uma primeira lesão é o
pretexto para uma outra maior. “Se você sente que está ouvindo menos, você vai
aumentar o volume do som e assim sucessivamente até atingir estas células mais
resistentes”, explica.
Precauções
Existe
um cálculo que mede a intensidade em decibéis do ruído a que se é exposto e o
tempo máximo que uma pessoa pode ser submetida a ele. Uma pessoa saudável pode
ficar diante de 90 decibéis por até 8 horas sem nenhum prejuízo auditivo e cada
5 dB adicionados esse tempo diminui pela metade. Ou seja, em 95 dB, o tempo
máximo de exposição passa para quatro horas. Depois deste período, o som começa
a irritar as células responsáveis pela audição.
Além
desta matemática, Nóbrega destacou algumas dicas para quem quer continuar
ouvindo música com segurança:
-
Não usar fones de ouvido para compensar o ruído local (como se faz na rua ou em
transporte público, por exemplo). As pessoas tendem a tentar compensar o ruído
externo e acabam exagerando no volume.
-
O melhor é usar um fone de arquinho, (nunca aquele que é introduzido no ouvido)
pois eles garantem melhor isolamento acústico e evitam o uso em um volume muito
alto.
- Jamais usar o fone de ouvido quando estiver na rua, sobretudo caminhando. “A audição é a nossa percepção de espaço. Sem ele podemos sofrer acidentes durante tarefas simples, como ao atravessar a rua”.
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