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Foi
comprovada que uma dose única de vitamina A oral dada a uma criança que acaba
de nascer pode reduzir o risco de morte em 15%. Este é o resultado de uma
pesquisa que envolveu aproximadamente 16 mil recém-nascidos de comunidades
rurais no Noroeste de Bangladesh, na Ásia. No estudo, onde metade dos bebês
recebeu uma dose única de vitamina A, enquanto os demais receberam placebo, foi
verificada que a taxa de mortalidade para o grupo que recebeu a dose ficou em
38 crianças mortas a cada mil nascidos. No outro grupo, foi de pouco mais de 45
mortes por mil.
Para
a doutora Natasha Slhessarenko, da DASA, este resultado pode contribuir de
forma significativa para a redução da mortalidade infantil em áreas onde a
desnutrição está presente, em locais com maiores taxas de mortalidade infantil
por desnutrição e pelas doenças a ela relacionadas, como acontece nestas
comunidades da pesquisa. “Este estudo confirma que uma intervenção de baixo
custo, como a ingestão da vitamina A, pode contribuir de forma significativa
para reduzir a mortalidade em crianças com idade entre 6 meses a 5 anos nessas
áreas de risco. Se associada ao acompanhamento clínico e laboratorial, este
número pode ser ainda maior”, destaca.
Um
estudo divulgado pelo Ministério da Saúde, no fim do ano passado, mostrou que o
Brasil conseguiu reduzir a taxa de desnutrição infantil, atingindo a meta
estipulada pela ONU (Organização das Nações Unidas). O levantamento apontou que
a desnutrição aguda (baixo peso para a idade) caiu de 7,1% para 1,8% de 1989 a
2006. Em relação à desnutrição crônica (baixa altura para a idade), a
diminuição foi mais drástica, de 19,6% para 6,8% no mesmo período.
Mesmo
assim, hoje ainda morrem aproximadamente 20 crianças de até cinco anos para
cada mil nascidas vivas. Vale lembrar que no Nordeste o número de crianças
desnutridas é quatro vezes maior do que na Região Sul. O pior índice está em
Alagoas, onde a desnutrição atinge 7% dos meninos e meninas com menos de dois
anos de idade. O Distrito Federal tem o melhor resultado com apenas 0,7% de
crianças desnutridas nessa idade.
Com
a ingestão da vitamina A, uma morte pode ser evitada para cada 45 crianças que
receberam a suplementação. “O motivo é simples: esta vitamina reduz a gravidade
das infecções, como a infecção respiratória aguda e diarréia, mantém a saúde da
visão e dos olhos e é fundamental para o crescimento saudável das crianças. Mas
é bom lembrar que esta ingestão deve ser feita com um indicativo do médico que
saberá a dose adequada a ser ingerida, pois o excesso desta vitamina pode ser
tóxico ao organismo”, ressalta Natasha.
Segundo
a especialista, existem também outros exames recomendados para detecção de
desnutrição, anemia ou outros fatos correlatos que podem ajudar a diminuir o
risco de morte infantil. “Além da ingestão de vitamina A recomendada para
crianças e para as mães que estão amamentando, é preciso estar atento às
vacinas indicadas para os primeiros meses e anos de vida. Além disso, a criança
precisa ser submetida a acompanhamento médico e realizar os exames previstos
para as idades previstas”, conta.
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