Chuva em Mato Grosso do Sul reduz produção de soja em 30%

Chuva em Mato Grosso do Sul reduz produção de soja em 30%

O governo de Mato Grosso do Sul deve decretar até esta sexta, dia 11, situação de emergência em todo o Estado por causa dos estragos provocados pelas chuvas. As fortes precipitações dos últimos dias no Estado provocaram uma quebra de 30% nas lavouras de soja que estavam em ponto de colheita e os prejuízos podem chegar a R$ 1,5 bilhão. As estimativas preliminares são da Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), que até nesta sexta, dia 11, deve concluir levantamento mais detalhado junto aos sindicatos rurais dos municípios atingidos.

O governador André Puccinelli anunciou que vai pleitear recursos da União para recuperar estradas e pontes danificadas, além de enviar donativos para as famílias desabrigadas. Pelo menos 11 municípios sofrem com as cheias dos rios que cortam as cidades. Entre eles, Aquidauana e Anastécio, onde nesta quinta a população começou a contabilizar o tamanho das perdas.

Na área central das cidades, o rio Aquidauana não respeitou barreiras. Depois de ultrapassar os 10 metros, sete acima do nível normal, avançou pelos municípios. Nas ruas, está o retrato da enchente: carros deram lugar a barcos e casas foram inundadas e abandonadas pelos moradores. De acordo com a Defesa Civil, pelo menos 64 famílias estão desabrigadas e outras 160 desalojadas.

Agronegócio
O assessor técnico da Famasul, Lucas Galvan, diz que a produção estadual de soja deve ficar em quatro milhões de toneladas, com perda de 1,5 milhão de toneladas em relação as 5,5 milhões de toneladas estimadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele observa que, além da quebra de safra, o produtor também enfrenta prejuízo na entrega da soja nos armazéns das tradings, que estão aplicando descontos de até 60% no preço da mercadoria, em função da baixa qualidade do produto.

– Quem consegue desconto de 30% dá pulo de alegria – diz.

Segundo Galvan, os descontos são aplicados por causa do excesso de umidade e problemas de germinação, grãos ardidos e presença de fungo. Como a maioria das lavouras está em ponto de colheita e as chuvas não dão trégua, os produtores estão colhendo o produto com 30% a 40% de umidade, nível acima do ponto ideal dos 15% a 18%. O problema é mais grave no norte do Estado, onde as perdas nas lavouras de soja superam 50%.

A Famasul cita dados oficiais que indicam perdas de até 60% em São Gabriel d'Oeste. O presidente do sindicato rural do município, Julio Cesar Botolini, contabiliza perdas na soja de até três milhões de toneladas.

A Federação está recomendando aos agricultores que façam laudos técnicos para mensurar as perdas. Os dados serviram de base para embasar o decreto de situação de emergência nos municípios atingidos, o que possibilita aos produtores renegociar dívidas.

Os produtores de Mato Grosso do Sul também estão enfrentando dificuldades para concluir o plantio do milho safrinha. Galvan estima que até agora apenas 50% do milho safrinha foi semeado.

O Ministério da Agricultura prorrogou o prazo de plantio do milho safrinha para efeito de acesso ao financiamento e cobertura do seguro até o dia 20, mas os produtores temem não conseguir concluir os trabalhos no período. Galvan lembra que os riscos para o milho aumentam, por causa da possibilidade de geadas no final do ciclo e falta de chuvas na fase de desenvolvimento das lavouras no norte do Estado.

A presidente Dilma Rousseff ligou nesta quinta, dia 10, para os governadores do Mato Grosso, Mato Grosso Sul e do Maranhão para oferecer ajuda do governo federal para recuperar áreas afetadas pelas enchentes. Ela informou que o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, deve visitar os três Estados para avaliar a situação e verificar os prejuízos. A Defesa Civil já foi orientada pelo governo federal para prestar toda a ajuda necessária às populações atingidas.

 

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