A
oposição, DEM e PSDB, pretende entrar no STF (Supremo Tribunal Federal) com uma
Adin (ação direta de inconstitucionalidade) que questiona a possibilidade de o
Executivo fixar por decreto o valor do salário mínimo nos próximos quatro anos.
O líder do Democratas, José Agripino Maia (RN), pretende conversar com o
senador Itamar Franco (PPS-MG) para que o seu partido também assine a Adin.
“Assim que ela [Dilma Rousseff] sacramentar [a
lei] nós entraremos com a Adin imediatamente”, disse Agripino Maia.
O parlamentar reiterou que a Constituição
estabelece que o valor do salário mínimo fixado anualmente pelo governo federal
passe pelo crivo do Congresso Nacional. Com o projeto aprovado ontem, segundo o
parlamentar, nada impede que o Executivo manipule dados da inflação ou altere
regras de cálculo do PIB (Produto Interno Bruto) e o legislativo fique “de mãos
atadas”.
Já o líder do governo no Senado, Romero Jucá
(PMDB-RR), afirmou que “a oposição perdeu o discurso e, agora, busca chifre em
cabeça de cavalo”. Ele qualificou de “erro político” o questionamento que PSDB
e DEM pretendem fazer à Suprema Corte, porque mostrará que está contra a
política de correção do salário mínimo que estabelece como regra a inflação do
ano anterior e o percentual do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.
Mesmo após vencer com folgada maioria dos votos o
embate no Senado em torno do projeto de lei que estabelece o valor do salário
mínimo em R$ 545 e prorroga até 2015 a política de correção, Romero Jucá
afirmou que não é intenção do governo “tratorar a oposição”.
O líder confirmou que o Executivo deve encaminhar
ao Congresso, nos próximos dias, uma medida provisória que corrige a tabela do
IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) em 4,5%. “O governo decidiu pela
medida provisória porque, se enviasse a proposta por projeto de lei,
prejudicaria os trabalhadores uma vez que a matéria demoraria a tramitar na
Câmara e no Senado para poder entrar em vigor”, disse ele.
DEM e PSDB vão recorrer juntos ao STF para barrar mínimo por decreto
DEM e PSDB vão recorrer juntos ao STF para barrar mínimo por decreto
