Cantor de "Minha Mulher Não Deixa Não" vira ídolo em três meses

Reginaldo
Alves da Silva, 39, está batendo recordes de popularidade. Fenômenos surgidos
no YouTube são muitos, mas a velocidade com a qual esse pernambucano ficou
famoso no Brasil não tem antecedentes.
Em
três meses, ele saiu do anonimato dos bares de Paulista, na Grande Recife, para
estrelar a partir do próximo dia 25 a nova campanha do Ministério da Saúde para
incentivar o uso de camisinhas no Carnaval.
"Ainda
estou totalmente estarrecido", disse à Folha Reginho, como é conhecido o
autor de "Minha Mulher Não Deixa Não". É o hit do verão 2011, mesmo
que rádio e TV tenham demorado a detectar o furacão que a música provocava no
mundo digital.
Cantor
da noite há 26 anos, Reginho gravava CDs caseiros para vender nos bares em que
cantava. Um deles, com o futuro sucesso, foi incluído em outro CD, de seu amigo
DJ Sandro. Foi esta versão que caiu na rede.
O
clipe "oficial" da canção foi gravado por amigos de Reginho, na praia
de Maria Farinha (PE). Quatro rapazes, Anjo, Gal, Ponga e Mimoso, improvisaram
uma coreografia para a música, passos toscos dançados na areia.
Hoje,
fazem parte do grupo que acompanha Reginho, a Banda Surpresa.Foi o bastante.
Até agora exibido mais de 7 milhões de vezes no YouTube, além de pelo menos
mais 5 milhões de visualizações de cópias postadas por fãs, o vídeo transformou
em mania Reginho e sua canção sobre um marido que sofre com sua mulher
dominadora.
"Tem
algo de autobiográfico na letra, mas também é muito que que vi pelos bares da
vida", conta Reginho. "É comum o fã chegar perto e desabafar frases
do tipo 'Como é que você descobriu que minha vida é assim?'."
A
música será uma das mais executadas do Carnaval. "Todo trio elétrico vem
falar comigo que vai tocar meu sucesso", afirma Reginho, que fechou sua
agenda de shows até abril.
Dando
entrevista às 11h da última segunda-feira, ele contou: "Não é fácil, estou
há 72 horas acordado!". Ele faz pelo menos sete apresentações em um fim de
semana.
Reginho
conta com bons divulgadores de sua música. Além do Aviões do Forró, que
estourou com a canção e gravou clipe com o próprio autor, pesos pesados do
mercado incluíram "Minha Mulher Não Deixa Não" em seus shows, como
Ivete Sangalo, Alexandre Pires e o grupo Parangolé, que teve o hit do verão
passado, "Rebolation".
A
mesma rapidez que espalhou o hit do cantor também se registrou no surgimento de
paródias e plágios.
Reginho
gravou também "Calada", que é a "resposta" do marido que se
impõe, cantando "vou sim, minha mulher não manda em mim".
O
grupo de brega pop alagoana Los Borrachos Enamorados gravou uma canção
parecida, mas Reginho não liga. "É tanta alegria por esse sucesso todo, eu
recebo essas brincadeiras como elogio."
Ele
se diz orgulhoso de estrelar a campanha da camisinha. "Para quem fugiu de
casa aos 13 anos para cantar no circo, é muito mais do que eu poderia
querer", diz, para após completar dizendo que depois de 15 dias voltou
para a casa da mãe.