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Sem ter certeza do apoio
da base aliada para aprovar um valor de R$ 545 para o salário mínimo, o governo
acertou nesta quinta-feira (10/02) um plano B com os partidos de
oposição para evitar um prejuízo maior. Em reunião com PSDB e DEM, o líder do
governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), marcou a votação para a próxima
quarta-feira. O governo vai insistir no valor mais baixo, mas, se perceber que
não terá apoio suficiente na base para bancar os R$ 545, acertou com a oposição
que abraçará a emenda apresentada pelo PDT reajustando o mínimo para R$ 560,
valor que DEM e PSDB aceitam votar. As informações são do jornal O Estado
de S. Paulo.
Para garantir a votação, o governo aceitou a
realização de uma comissão geral na Câmara, na terça-feira, com a presença do
ministro da Fazenda, Guido Mantega, como desejava a oposição, e concordou que
outros partidos apresentassem suas próprias emendas propondo outros valores
para o reajuste.
A vantagem do governo é que o acordo de
procedimentos com a oposição garante o compromisso de que a votação não será
obstruída nem incluirá outras matérias espinhosas para o Palácio do Planalto,
como o reajuste para aposentados. E, o principal de tudo, cria uma espécie de
trava de segurança impedindo que o mínimo suba para valores considerados
inaceitáveis pela equipe econômica, como os R$ 580 defendidos pelas centrais
sindicais ou R$ 600 como a emenda apresentada pelo PSDB.
Apesar de insistir na aprovação de um mínimo de R$
545, o governo sabe que o cenário dentro do Congresso hoje é extremamente
instável para ter certeza que a base votará unida em torno da proposta. Partidos como PMDB, PDT e PC do B têm se queixado do
comportamento do governo na distribuição de postos nos escalões intermediários.
Até mesmo o PT, partido da presidente Dilma
Rousseff, enfrenta problemas internos por conta da ocupação de espaços dentro
do Congresso e reclama da omissão do governo em torno do assunto. Esses grupos
sinalizam com a possibilidade de votar um valor maior para o mínimo para exibir
sua insatisfação com o governo.
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