Juiz que chamou Lei Maria da Penha de 'diabólica' tenta voltar ao cargo

O juiz Edilson Rodrigues, afastado das funções pelo Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) no ano passado por declarações preconceituosas sobre
a Lei da Maria da Penha, entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal
Federal (STF) para tentar anular a decisão que o impede de trabalhar. O mandado
de segurança também é assinado pela Associação dos Magistrados Mineiros
(Amagis).
Rodrigues respondeu a processo administrativo que
resultou no afastamento das funções por dois anos por ter feito “considerações
de cunho preconceituoso e discriminatório” às mulheres em uma sentença
proferida em 2007.
Na sentença que motivou a punição de afastamento
pelo CNJ, o juiz Edilson Rodrigues afirmou: “A vingar esse conjunto de regras
diabólicas [Lei Maria da Penha], a família estará em perigo. Ora, a desgraça
humana começou no Éden: por causa da mulher. Todos nós sabemos, mas também em
virtude da ingenuidade, da tolice e da fragilidade emocional do homem. O mundo
é masculino e assim deve permanecer”.
De acordo com a defesa do juiz, o CNJ não poderia
ter punido o juiz antes que a corregedoria do Tribunal de Justiça de Minas
Gerais (TJMG) aplicasse as sanções cabíveis. A defesa também afirma que as
críticas foram dirigidas à Lei Maria da Penha "em tese". O ministro
Marco Aurélio Mello é o relator do caso.