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A produção nacional de
veículos, vendas para o mercado interno e exportações atingiram em janeiro o
melhor desempenho do setor na comparação com igual mês dos anos anteriores, mas
os resultados ficaram abaixo dos registrados em dezembro último. Foram produzidas
26l,8 mil unidades, com recuo de 9,1% sobre o mês anterior e alta de 6,4% em
relação a janeiro de 2010, quando o total de veículos fabricados alcançou a
marca de 245,9 mil. Em 2009, esse volume tinha sido de 184,7 mil.
Já os licenciamentos que
representam o escoamento da comercialização interna caíram 35,8% na variação
mensal, com 244,9 mil unidades. No entanto, o volume foi 14,8% superior ao de
janeiro de 2010 (213,3 mil). Em 2009 foram 197,5 mil. Já as exportações cresceram
5,8% em unidades sobre dezembro e 10,7% em comparação ao mesmo mês do ano
passado. Em valor houve queda entre dezembro e janeiro de 17,2% e um aumento de
18,2% ante janeiro de 2010 com, um total de US$ 886,3 milhões.
Ao anunciar os dados, o
presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea), Cledorvino Belini, informou que os últimos dez anos registraram
queda entre dezembro e janeiro. Ele atribuiu isso à sazonalidade do período,
quando há redução das atividades no mercado por conta de férias e das festas de
fim de ano.
Belini disse que apesar
de o mercado interno ter-se mantido aquecido em comparação a janeiro do ano
passado e de haver uma reação mais favorável da demanda externa, cada vez mais
os fabricantes brasileiros perdem espaço para os importados. Diante disso, o
setor prepara, desde novembro último, um estudo para propor ao governo federal
medidas para ganhar competitividade. O conjunto de sugestões deverá ser
encaminhado às autoridades, provavelmente, entre abril e maio deste ano.
Entre as ideias que estão
sendo debatidas pelas montadoras no “pacote emergencial” estão o desejo de
obter maior flexibilização trabalhista; melhoria de infraestrutura; redução do
custo de capital e da carga tributária. Belini descartou que haja interesse em
mexer na alíquota de importação, que já está no limite permitido pela
Organização Mundial do Comércio (OMC). “Não queremos proteger mais [o mercado
interno] e sim ter maior poder de competitividade.”
Dados da Anfavea indicam
que em 2010 houve um déficit no comércio exterior automotivo de US$ 6 bilhões.
A maioria dos veículos que ingressou no país (52,8%) veio da Argentina e do
México (10,6%), mas como há contrapartidas juntos estes dois países resultaram
em um saldo positivo de US 1,8 bilhão.
A terceira maior
concorrente estrangeira é a Coreia com 21,7%, seguida da União Europeia com
6,4%; China com 3,2% e Japão com 2,6%. A presença dos veículos produzidos fora
do país no mercado interno praticamente quadruplicou entre 2005 e 2010,
passando de 5,1% para 20% e alcançou, no mês passado, 23,5%. Já as exportações
tiveram comportamento inverso. Elas eram 31% de tudo o que se produzia, em 2005
e baixaram para 15%, no ano passado.
As expectativas, no
entanto, permanecem animadoras e há sinais positivos envolvendo as atividades
do setor. Segundo Belini, as vendas domésticas deverão acompanhar o crescimento
do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas geradas no país, alcançando
os 5%. A produção deve ter uma expansão de 1,1% e as exportações alta de l,6%
no valor de US$ 13,1 bilhão, e queda em número de unidades (-3,4%).
Na virada do ano, a
indústria ampliou em 0,9% a contratação de trabalhadores com a abertura de
l.l67 vagas, elevando de 136.124 para 137.291 a base do quadro de empregados.
Em dezembro, a inadimplência do setor alcançou recorde com apenas 2,6% ante
4,4% em 2009 e 4,3% em 2008.
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