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Andradina: Pacientes passam noite em fila para marcar exames

Andradina: Pacientes passam noite em fila para marcar exames

Andradina: Pacientes passam noite em fila para marcar exames -
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Foto: Juliano Silva

A pequena quantidade de exames mensais disponíveis pela rede pública de saúde obriga moradores de Andradina a passar a noite dormindo na calçada para tentar agendar uma vaga.

A Folha da Região acompanhou, na virada de quarta para quinta-feira, a luta de pessoas que tentavam marcar exames de mamografia. O agendamento aconteceria na manhã de quinta-feira, a partir das 7h, no prédio que antes servia de base para o Tiro de Guerra, na avenida Bandeirantes com a rua Rodrigues Alves.

Como a maioria dos pacientes que realmente precisa do exame tem problemas de saúde ou idade avançada, normalmente quem enfrenta a fila são parentes, como maridos e filhos.

Para conseguir atendimento para sua mulher, o aposentado José Pereira da Silva, de 66 anos, chegou ao local às 18h. O sol ainda estava alto devido ao horário de verão. Sentado em uma cadeira de área ele se posicionou como o primeiro da fila, para uma espera de 13 horas.

Como a orientação dos postos de saúde é que existem apenas 20 vagas para exames de mamografia por mês pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e que tudo é agendado em apenas um dia, por ordem de chegada, a fila se forma rapidamente.

O relógio ainda não marcava 23h e já havia 19 pessoas na espera. Ou seja, com a cota de 20 pessoas, restava apenas uma vaga, que foi preenchida antes da 1h. As outras pessoas que chegavam durante a madrugada e viam que não conseguiriam agendar o exame, iam embora.

Mesmo assim, quando amanheceu o dia, a fila tinha mais de 50 pessoas. Virava a esquina e chegava perto de uma farmácia, do outro lado do quarteirão.

ACOMODAÇÃO

Para não passar a noite sentadas no cimento da calçada e com as costas no muro, que gelava com o avanço da madrugada, muitas pessoas levaram colchonetes, lençóis e cobertores.

Um rádio a pilha quebrava o silêncio quando a conversa se tornava escassa, vencida pelo cansaço de cada um dos que estavam ali e já haviam trabalhado o dia inteiro.

Entre uma conversa e outra, alguns até faziam piada com a própria situação: “Esta é a única maneira de passar a noite fora de casa sem que a minha mulher brigue”, foi uma das frases que despertaram risos.

Para ir ao banheiro, os homens se viravam em meio às árvores da praça que existe ao lado, já que os portões do setor ficam trancados com cadeados.

Uma mulher de 60 anos que não suportou a vontade de urinar, mesmo com osteoporose, recebeu ajuda para pular o muro e usar um banheiro externo da repartição, que estava com a porta destrancada.

Alguns cochilavam mesmo com o barulho dos veículos que passavam pela avenida, uma das mais movimentadas da cidade durante a noite. Mas, a partir das 5h, o movimento aumentou e ficou difícil fechar os olhos. O ruído das pessoas que acreditavam que chegando no fim da madrugada conseguiriam uma vaga, e dos ônibus que levam trabalhadores ao serviço, anunciava que estava na hora de levantar e se impor para manter a posição na fila. Afinal, depois que a vigésima pessoa atendida, um novo agendamento só ocorreria no mês seguinte.

EXPLICAÇÃO Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a cidade trabalha dentro das cotas liberadas pelo Estado nos exames de mamografia, tomografia, ressonância magnética e outras especialidades. Em todas há um número restrito de atendimentos mensais.

De acordo com a enfermeira do setor, Cássia Maria Miguel, o agendamento em um dia único é uma determinação do sistema, e dá mais clareza para a população, que pode perceber que não há privilegiados. Com relação em uma maneira de acabar com a fila, a informação na secretaria foi que isso só será possível quando a procura for menor que a demanda, como acontece, por exemplo, com o eletroencefalograma, cuja procura é menor do que o número de vagas disponíveis.

A Secretaria de Estado da Saúde acredita que o problema com atendimentos não apenas em Andradina, mas em toda a região, será resolvido com a abertura do AME (Ambulatório de Especialidades Médicas). Estão previstas duas unidades, uma em Araçatuba e outra em Andradina, para começarem a ser construídas em 2009.

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