As
pessoas que se recuperaram da gripe H1N1, a pandemia de 2009 que ficou
conhecida como "gripe suína", desenvolveram anticorpos incomuns que
as protegem contra diferentes cepas de gripe, informaram cientistas esta
segunda-feira.
Os
especialistas se surpreenderam ao descobrir que a imunidade dos pacientes a
novas gripes poderia impulsionar as pesquisas sobre uma vacina universal contra
uma série de cepas que existiram por décadas, destacou o estudo publicado na
Journal of Experimental Medicine.
Cientistas
dos Estados Unidos examinaram nove pacientes que adoeceram no ano passado e
descobriram neles anticorpos que, testados em ratos, os protegeram contra uma
dose letal de pelo menos outras três cepas de gripe, inclusive a aviária.
"O
resultado é algo assim como o Santo Graal para a pesquisa com vacinas contra a
gripe", disse o autor do estudo, Patrick Wilson, professor assistente de
medicina da Universidade de Chicago.
"Demonstra
como fazer uma única vacina que potencialmente poderia imunizar contra todas as
influenzas", disse.
Alguns
pacientes - a maioria com idade entre 20 e 30 anos - tinham uma forma leve de
gripe, que foi curada em alguns dias; outros tiveram uma forma mais severa, que
exigiu hospitalização durante até dois meses.
Em
amostras de sangue tiradas 10 dias depois de os pacientes apresentarem os
sintomas, os cientistas descobriram e isolaram os anticorpos produzidos contra
o vírus.
"Cinco
anticorpos isolados pela equipe atacaram todas as cepas sazonais da gripe H1N1
da última década, a devastadora 'gripe espanhola" de 1918 e também a
patogênica gripe aviária H5N1", destacou o estudo.
O vírus H1N1 infectou 60 milhões de pessoas. Detectada pela primeira vez em 2009, no México, esta forma da doença foi particularmente perigosa para crianças e mulheres grávidas, diferentemente de outras cepas que tendem a ser mais letais entre os idosos.