O governo vai vetar qualquer reajuste que leve o salário mínimo para mais
de R$ 540, disse o ministro Guido Mantega (Fazenda).
O valor, defendido pelo governo, não embute nenhum
ganho real e apenas corrige o mínimo do ano passado pela inflação.
"Neste momento, é temerário nós aumentarmos [o mínimo] para mais de
R$ 540. Se vier alguma coisa diferente, nós vamos simplesmente vetar",
disse o ministro, citando a necessidade de conter os gastos públicos para,
entre outras coisas, facilitar uma queda maior nos juros e evitar uma maior
valorização do real.
"É o cumprimento de uma política de aumento
salarial que foi acertada com os trabalhadores. Ela deve ser posta em prática,
se não vira uma brincadeira, uma hora a gente acerta uma coisa e, depois, não
fica conveniente e muda", disse o ministro.
O mínimo de R$ 540 foi calculado com base numa
política que considera, para os reajustes anuais, o crescimento da economia
ocorrido dois anos antes do aumento ser concedido.
Como em 2009 a expansão da economia brasileira
ficou perto do zero por causa da crise internacional, o ganho real do mínimo em
2011 também seria de zero.
Os R$ 540 estão em vigor desde o começo do ano por
força de uma medida provisória editada pelo governo, mas para vigorar
definitivamente ainda é necessária aprovação no Congresso.
Insatisfeito com a partilha de cargos no governo
Dilma, o PMDB já fala em modificar o valor.