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O aumento no preço das carnes foi a principal influência
para a inflação de 5,25% acumulada no período de janeiro a novembro deste ano.
Neste período, as carnes tiveram aumento de 26,79%, segundo dados divulgados
hoje (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o IBGE, o quilo da alcatra no Rio de Janeiro
passou de R$ 13,74 em dezembro de 2009 para R$ 18,32 em novembro deste ano. Em
São Paulo, o preço passou de R$ 15,41 para R$ 19,88 no mesmo período.
Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina
Nunes dos Santos, o aumento no preço das carnes pode ser explicado pela alta no
preço das rações (provocada pelo crescimento no valor dos cereais que compõem a
ração) e pela redução no rebanho bovino no Brasil.
“O rebanho bovino no Brasil encontra-se em menor oferta. Há
cerca de três anos, houve um abate de matrizes [espécimes reprodutores]. A
menor oferta, aliada à alta dos produtos importantes, o milho etc. faz com que
o custo do produtor seja menor. Também houve aumento da demanda. Isso forçou o
preço para cima”, disse Eulina dos Santos.
Em geral, os alimentos vêm apresentando aumento nos preços
neste ano, o que vem pressionando a alta da inflação. Entre janeiro e novembro
deste ano, os alimentos acumulam inflação de 8,95%. Neste período, além das
carnes, também foram registrados aumentos nos preços de feijão-fradinho
(67,13%), feijão-preto (32,64%), açúcar cristal (22,77%), carne seca (18,48%),
leite pasteurizado (17,04%) e açúcar refinado (14,00%).
“Os alimentos estão vinculados ao clima e à demanda. Se a
população tem uma renda maior, tende a consumir produtos mais caros, como a
carne. Neste ano, também aconteceram problemas climáticos, que prejudicaram
algumas lavouras e, com isso, elevou-se os preços”, afirmou.
Por outro lado, os transportes têm funcionado como uma
âncora, segundo o IBGE, evitando que a inflação seja ainda maior neste ano. De
janeiro a novembro deste ano, foi registrado um aumento de preços de 2,11% no
grupo de transportes (a segunda taxa mais baixa entre os nove grupos de despesa
analisados).
Segundo Eulina dos Santos, a inflação mais baixa nos
transportes é resultado dos preços dos automóveis novos e dos combustíveis, que
não apresentaram grandes altas.
Além das carnes, os outros itens que mais influenciaram o
IPCA de janeiro a novembro deste ano foram empregado doméstico, com inflação de
11,02%, refeição (8,47%) e colégios (6,64%).
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