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Foto: Divulgação
Motor V8, 406 cavalos de potência, câmbio automático de seis
marchas com opção de trocas sequenciais no volante e tração traseira.
Aceleração de 0 a 100 km/h em 4,8 segundos e velocidade máxima de 250 km/h. Ah,
este clássico cupê americano acaba de ser lançado no Brasil por R$ 185 mil.
Com essas credenciais, é difícil não acreditar no
sucesso doChevrolet Camaro – ainda
mais quando o comparamos a seus principais concorrentes no País, composto por
modelos europeus acima dos R$ 300 mil. Mas a proposta do Camaro é outra – e a
Chevrolet sabe disso.
Baixo volume
Durante a apresentação do carro, Marcos Munhoz,
diretor de comunicação da GM, afirmou já ter vendido quase 300 unidades do
Camaro, incluindo as mais de 400 intenções de compra feitas no Salão do
Automóvel. Mas o volume se justifica pela demanda reprimida, formada por fãs do
Camaro que não estavam dispostos a comprar o esportivo importado por lojistas
independentes.
Mesmo com a confirmação da chegada de mais três
lotes do Canadá ainda em 2010, a Chevrolet mantém previsões otimistas para
vendas, de no máximo 998 unidades anuais. O número cabalístico não é à toa:
acima deste volume, a fábrica é obrigada a fazer um teste de emissões em
laboratórios brasileiros – abaixo disso, documentos emitidos por outros países
são válidos para a homologação.
O número de concessionários autorizados a reparar
o Camaro também será inferior – 200 revendedores, 36% da rede total da Chevrolet
no Brasil. Porém, se a cobertura será menor, o tratamento que os futuros
proprietários do Camaro terão será melhor – incluindo dois anos de garantia e
as duas primeiras revisões com mão de obra e troca de óleo grátis.
Para retas
Depois dos números tentadores que abrem esse
texto, chegou a hora de falar como é acelerar o Camaro – literalmente, pois o
curto test-drive oferecido pela fabricante em sua pista de testes em Indaiatuba
(SP) não permitiu maiores percepções dinâmicas do cupê. Mas o traçado formado
por curvas lentas e rápidas consolidou o que o WebMotors observou
em outro Camaro: que ele é feito para retas.
Ok, falar que carro americano não faz curva é cair
em um perigoso lugar-comum. Mas a suspensão macia não acompanha o ritmo do
vigoroso V8 (que pode cortar quatro cilindros para economizar combustível) e
dos fortes freios Brembo. O câmbio automático de seis marchas e o volante com
aro grosso também não ajudam. Ótimo para acelerar, o Camaro não é tão divertido
para virar.
A proposta do Camaro é outra – para ver e ser
visto. Para ver ele não é tão bom, pois a área envidraçada pequena aumenta os
pontos cegos e prejudica manobras. Para ser visto a coisa é um pouco melhor,
pois não há quem não repare na presença do cupê desfilando na rua. Ainda mais
se for pintado na cor amarela e com faixas ao estilo Bumblebee,
robô protagonista do filme Transformers. Rodas de 20 polegadas, pintura no painel e motor e
um grave ronco emitido pelo escape duplo completam o pacote nada discreto de
acessórios.
Por dentro, o estilo retrô da carroceria continua,
incluindo medidores de pressão do óleo e voltímetro posicionados no console
central. O toque de modernidade fica pelo display que projeta informações no
para-brisas, recurso já visto na BMW Série 5 e no Peugeot 3008. Mas, apesar de
contar com todos os itens que se espera de um carro de R$ 185 mil, o Camaro
pode surpreender os mais detalhistas, com algumas peças com encaixe desalinhado
e plásticos de textura ruim.
Esses, porém, são detalhes que não impedirão a compra
de um Camaro. Com o objetivo de se tornar um carro de imagem no Brasil, o cupê
da Chevrolet busca atrair olhares para a concessionária e posteriormente para
seu dono – que depois poderá contar aos amigos como seu esportivo de 406 cv é
mais barato do que todos os seus concorrentes. Deixando os detalhes de lado,
não dá para ignorar tais credenciais.
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