A
tarifa telefônica no Brasil é a segunda mais cara do mundo, perdendo apenas
para a África do Sul. Os usuários do serviço de banda larga chegam a pagar 24
vezes mais caro do que o consumidor americano.
O acesso à internet por tecnologia móvel custa, em média, R$ 77,48 no
mundo, contra R$199 no Brasil. E a qualidade fica aquém de alguns países
subsaarianos segundo a Unctad, a conferência das Nações Unidas sobre comércio e
desenvolvimento.
A
péssima qualidade e as tarifas enormes são o produto de um Estado que tributa em até 40% as telecomunicações, e
licencioso demais para com os empresários do setor. As denúncias de
favorecimento, tráfico de influência e corrupção são tão antigas quanto a
própria história da telefonia privada no país.
As
primeiras aconteceram ainda na etapa preliminar, de formação dos consórcios que
disputaram os leilões do sistema Telebrás. O presidente do BNDES, Luís Carlos
Mendonça de Barros, foi flagrado em uma conversa comprometedora com o diretor
do Banco do Brasil Ricardo Sérgio.
Mendonção,
como o ele era conhecido, tenta convencer o diretor do BB a ajudar o grupo
capitaneado pelo Banco Opportunity, do empresário Daniel Dantas. O diálogo
celebrizou a frase "estamos no limite da irresponsabilidade" .
O lobby dos grupos envolveu direta e indiretamente políticos e até parentes de autoridades do primeiro escalão da república em todos os governos.