Roupas devem ficar mais caras em 2011

Roupas devem ficar mais caras em 2011

Comprar roupas deve ficar mais caro a partir do ano que vem. Problemas nas safras de algodão nos principais países produtores têm provocado forte redução dos estoques, o que tem feito os preços da matéria-prima chegar a seu maior patamar nos últimos 140 anos. O cenário está tirando o sono de executivos da indústria têxtil, que afirmam ser inevitável o repasse dos custos para o varejo, já que a oferta de algodão não deverá ser normalizada no curto prazo. Para piorar, a expectativa do setor é que o aumento de preços resulte em queda no consumo.As informações são do Portal IG.

 

“Não tem espaço para elevar os preços, já que hoje o consumidor está achando que comprar roupa está caro. Então vamos ter queda no consumo. Isso vai afetar o setor como um todo, e não só um segmento de mercado”, diz Ulrich Kuhn, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex). Segundo ele, os consumidores devem começar a sentir os aumentos nos preços a partir de fevereiro ou março do ano que vem. Nas contas da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a alta do algodão tem um impacto de 30% a 50% nos preços dos jeans e brins.

 

E não são apenas as peças de vestuário produzidas no Brasil que vão ficar mais caras. Os preços das roupas importadas também devem subir, já que o elevado custo da matéria-prima atinge a indústria no mundo todo. “Os preços internacionais do algodão nunca estiveram tão altos desde a Guerra da Secessão nos Estados Unidos [1861-1865]. Estamos pagando preço de ouro, mas para comprar algodão”, afirma Kuhn, que também é consultor da Hering. Há quase um mês, os contratos futuros do algodão seguem registrando novos recordes de alta, cotados no patamar de US$ 1,50 por libra-peso na ICE Futures nos Estados Unidos. Um ano antes, a commodity era negociada a US$ 0,70 por libra-peso.

 

Esse cenário assusta a indústria têxtil, que tem crescido a taxas expressivas no Brasil. Segundo Rafael Cervone Netto, presidente do Sinditêxtil-SP, o setor investiu mais de US$ 10 bilhões nos últimos dez anos, ou aproximadamente US$ 1 bilhão por ano. Em 2010, os investimentos devem ficar acima média histórica, em um total de US$ 1,5 bilhão. Para Kuhn, do Sintex, a produção têxtil deve fechar o ano com expansão de 5% a 6%, e o consumo deve ter alta de 10% a 12%. “Olhando assim parece que o setor está reclamando de barriga cheia, mas o cenário para o ano que vem é crítico”, diz Kuhn.

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