Para sobreviver no mundo do empreendedorismo é preciso ser, ao mesmo
tempo, disciplinado e arrojado. E as duas coisas só vêm com prática e algum
planejamento. É aí que certos hábitos podem ajudar.
Mesmo o mais inovador dos empreendedores tem alguns hábitos que o ajudam
a avançar sempre. A lista abaixo é de apenas algumas sugestões que podem tornar
seu cotidiano menos trabalhoso, mas com o tempo de estrada você mesmo criará
suas próprias regras.
Tenha a vida planilhada
A manutenção de planilhas pode dar um tremendo trabalho, mas ela ainda
são o melhor jeito e o mais barato de ter controle sobre a quantas anda a
empresa. Crie planilhas para o pagamento de fornecedores, de funcionários, de
material disponível em seu estoque. Isso ajuda a prever eventuais problemas
(como um feriado em que as pessoas comprarão mais carne e cerveja, se você for
dono de mercado), e agir preventivamente. O ideal é começar com excel, planilha
das mais simples e fáceis de encontrar no mercado, e depois, se for o caso,
evoluir para programas específicos.
Controle o fluxo de dinheiro
As boas assessorias contábeis oferecem softwares financeiros para você
cuidar do controle pessoalmente, mas, se pilotar o caixa da empresa não for a
sua, tenha um contador ou assessoria contábil de confiança. O importante é ter
mapeado não apenas quanto dinheiro entra e sai, mas também quando isso
acontecerá. Aqui também vale tratar a questão da conta da empresa: para evitar
confusão, é melhor que seja apenas uma, e que você tenha controle de saques e
depósitos. Crie códigos que você consiga identificar depois, como “saída R$ X
para pagamento fornecedor Y, 20/12/10”.
Arrume fornecedores de confiança
Isso quase não precisa ser dito, mas é bom frisar. Em caso de problemas
com fornecedores, o cliente não vai entender o seu lado, mas sim, o dele,
cliente. Cheque se a empresa de quem você compra tem um histórico de
reclamações e se eles dão conta de entregar os produtos no prazo e nas
condições prometidas. Do contrário, vá experimentando com outros fornecedores
até eventualmente achar um que o agrade.
Contrate quem você possa demitir
Isso vale principalmente se você emprega ou pretende trabalhar com
parentes. A primeira coisa a se perguntar, seja parente, ou namorado, ou amigo,
é: você considera essa pessoa de fato competente? É o caso de se perguntar se a
pessoa com quem você tem alguma relação
a) possui o perfil necessário para o tipo de negócio; e
b) se você pode demiti-la; ou
c) mudá-la de função caso ela não atenda às expectativas.
Se a resposta for não para as três perguntas, converse com quem for
preciso para dar um jeito na situação. Tenha em mente que o risco e as dívidas
serão suas em caso de fracasso.
Transforme crises em oportunidades
Com o devido cálculo do custo-benefício, uma crise real ou aparente pode
se tornar ótima chance de mostrar sua cara e de tornar visível seu negócio. Até
porque, como regra, crises não têm data para acabar. Use a situação do câmbio,
por exemplo: se o dólar está em baixa, talvez seja a hora de você importar
melhor maquinário para seu negócio. Caso a tendência seja de alta, ou você se
programa para exportar ou cheque se não há no mercado local produto similar ao
que você quer de fora.
Saiba quando e para onde expandir e encolher
Isso se aplica principalmente nestes tempos de crise e pós-crise, em que cada parte do mundo está num estágio. Uma crise é boa hora para pensar em enxugar custos, racionalizando processos, e firmar novas alianças. Sozinho ou com um parceiro, procure identificar quem são os novos investidores, o que eles buscam e de que forma você pode atuar com sua empresa para atender a essa demanda. Para ficar em um exemplo aplicável tanto ao Brasil quanto a outros países, um mercado que tende a crescer é o de produtos sustentáveis. O leque de oportunidades aí é grande, e abrange desde as chamadas energias limpas a ecobags e materiais de construção sustentáveis.