Ano a ano, as pesquisas do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o registro civil revelam as
mudanças pelas quais está passando a sociedade brasileira. Uma dessas mudanças
foi divulgada nesta sexta-feira: são cada vez mais comuns os casos de mulheres
que se casam com homens mais novos. A atriz Suzana Vieira ou a apresentadora
Ana Maria Braga são apenas os casos mais conhecidos de um fenômeno que se
espalha pelo País.
Segundo o IBGE, os casamentos em que homem
são mais velhos do que as mulheres ainda compõem a ampla maioria. Porém, na
comparação entre os anos de 1999 e 2009 existe um aumento significativo de
mulheres que se casam com homens mais novos. No final do milênio, em 19,3% dos
casamentos as mulheres eram mais velhas do que os homens. No ano passado, esse
número chegou a 23%. Este é um dos poucos casos que acontecem com a mesma
intensidade em todos os Estados do País. É um retrato de um País que aos poucos
vai superando alguns tabus. Outro deles é que só é possível ser mãe no começo
da juventude.
Em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do
Sul e Distrito Federal já há mais mulheres tendo filhos quando estão na faixa
entre 25 a 29 anos do que na faixa entre 20 e 24 anos. Além disso, há mais mães
com idade de 30 a 34 anos do que mães adolescentes nesses lugares. No Brasil,
contudo, os nascimentos ainda estão concentrados na faixa etária que vai dos 15
aos 24 anos. Um resultado prático desta mudança é que cada vez mais pessoas se
separam antes de ter filhos. Casos como este respondiam por 25,6% das
separações em 1999. Hoje, respondem por 37,9%.
Com essas mudanças, o Brasil começa a conviver com um número cada vez maior de modelos de famílias. Nas décadas anteriores, o País experimentou a o crescimento do número de famílias nas quais os filhos são de casamentos anteriores. Nas próximas décadas, cada vez mais pessoas vão conviver com pais idosos, que resolveram ter filhos mais tarde. Além disso, essas pessoas vão ter de aprender a conviver com pais que, na faixa dos 60 anos, vão ter novos namorados e namoradas. Aos poucos, o Brasil vai deixando de ser um país jovem e dos jovens.