O procurador da República Oscar Costa
Filho, autor do pedido de anulação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio),
disse que o exame --realizado no final de semana-- "é um trem
desgovernado" que deve ser parado para evitar que "descarrilhe".
Costa Filho já havia pedido a suspensão
do exame, que foi concedida na segunda-feira pela juíza federal Karla de
Almeida Miranda Maia. Na prova realizada sábado (6), os cabeçalhos de todos os
cartões-resposta estavam trocados. Algumas provas amarelas tinham questões repetidas
ou estavam encadernados de forma errada.
Ontem, o procurador pediu que o Enem fosse
cancelado definitivamente. Costa Filho se baseou em duas medidas que o MEC
anunciou: a aplicação de nova prova só para quem teve problema com as provas
amarelas e permitir que os candidatos digam a ordem de correção do gabarito.
De acordo com o procurador, aplicar nova prova só
para algumas pessoas violaria o princípio de igualdade do concurso público.
Mesmo que a TRI (teoria de resposta ao item) permita questões com nível de
dificuldade equivalente, ele diz que os candidatos precisam fazer a mesma
prova.
Ele também afirma que os candidatos não podem
dizer como a correção deve ser feita.
Segundo Costa Filho, o ministro da Educação,
Fernando Haddad, pode responder por improbidade administrativa e crime de
responsabilidade por atentar contra "lisura do concurso público" caso
coloque em prática as iniciativas anunciadas para corrigir algumas das falhas
identificadas no primeiro dia da prova.