A cúpula de São
Paulo convocou entrevista coletiva nesta segunda-feira e anunciou, cheia de
orgulho, que o estádio do Corinthians será o palco da abertura da Copa do Mundo
de 2014. Mas a grande questão que pairava no ar continua em aberto: quem paga a
ampliação do projeto original do clube alvinegro? Tal resposta ainda não
existe, pelo menos oficialmente.
O governador Alberto Goldman e o prefeito Gilberto Kassab
deram uma entrevista em tom festivo no Palácio dos Bandeirantes. Parabenizaram
Corinthians, Ricardo Teixeira (presidente da CBF e do Comitê Organizador Local)
e a união de todos em prol da “grande festa para São Paulo e para o Brasil”.
No entanto, ainda não houve uma resposta definitiva sobre
quem bancará o novo projeto. Explica-se: o Corinthians desenvolveu um projeto
para que seu estádio receba 48 mil pessoas. A Fifa, porém, exige uma arena de
pelo menos 65 mil lugares para a abertura. O clube alvinegro já avisou que não
pagará a diferença. O governo paulista também.
“Dois terços dos recursos estão viabilizados, o restante
acredito que todos juntos conseguiremos viabilizar”, disse Goldman. “Falta solucionar
alguns problemas, mas com o andamento das últimas conversas e com a boa vontade
de todos creio que essas questões logo estarão resolvidas”, emendou.
O Corinthians, em parceria com a Odebrecht, arrecadará os
recursos para o projeto de 48 mil, cifras que eram de R$ 350 milhões e hoje já
são estimadas em R$ 400 milhões. Os valores complementares, para a arena de 70
mil, como pretende o presidente corintiano Andrés Sanchez, variam de R$
120 a R$ 200 milhões. Para esses valores ainda não há nenhuma garantia.
Segundo o atual governador paulista, a direção do
Corinthians oficializou o interesse em ceder a sua arena para o Mundial. A
carta de intenção foi enviada ao Comitê Organizador de São Paulo, que por sua
vez repassará toda a documentação ao COL. A partir daí, o projeto do clube
alvinegro será analisado e, conforme as necessidades, alterado.
“Agora vamos seguir protocolarmente o que vai acontecer
com os outros estádios. Receberemos nos próximos dias o projeto e iremos tratar
com os arquitetos eventuais modificações. Depois de aprovado, virão as
garantias financeiras, o que acontecerá com todas as arenas”, explicou
Teixeira.
O dirigente, contudo, não foi tão enfático em seu
discurso, embora também tenha referendado a escolha da arena corintiana. “A
nossa intenção e a nossa vontade é que a abertura da Copa seja em São Paulo”,
declarou. “O governador eleito Geraldo Alckmin me ligou e se colocou à
disposição, disse que fará todo o esforço para que tenhamos uma grande abertura
em São Paulo”, completou Teixeira.
