O
goleiro Bruno e o amigo dele, Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão,
falaram à imprensa nesta terça-feira. Eles responderam perguntas dos
jornalistas durante mais uma audiência do processo em que respondem pelo
desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Os réus acompanharam em Esmeraldas,
na Grande BH, o depoimento de três testemunhas de defesa de Bruno e uma da
ex-namorada dele, Fernanda Gomes de Castro.
O
jogador disse que Eliza está em São Paulo. "Eu jamais mataria, tenho duas
filhas para criar. Da última vez ela falou que ia para São Paulo e ponto. Eu
não sei dizer mais nada sobre essa pessoa". Bruno ainda declarou que tem
esperanças de voltar a jogar futebol e depois chorou ao ser algemado.
O
goleiro negou que tivesse cedido material genético para um exame de DNA que
comprovaria a paternidade da criança. "Esse material não foi concedido,
mas se precisar hoje ou amanhã fazer um exame de DNA, com certeza eu vou
liberar esse material", falou.
Questionado,
Bruno disse que o suposto valor de R$ 3 mil mensais que teria sido exigido por
Eliza, "não é nada para ele". Se dirigindo aos antigos fãs, pediu um
voto de confiança, "porque mais cedo ou mais tarde a verdade vai vir à
tona". "As pessoas que conhecem a pessoa Bruno sabem da minha índole,
sabem do homem que eu sou. Eu tenho duas filhas. Se essa criança realmente for
minha, onde come um, comem dois, comem três. Eu vou amá-lo do mesmo jeito que amo
minhas filhas", disse.
O
goleiro reclamou do cumprimento da prisão preventiva. "Vocês têm que
analisar o que está sendo feito com a gente, que na minha opinião é uma
injustiça. Vocês veem vários outros casos que acontecem e nada, os caras estão
soltos. Agora, você vai ao Fórum de Contagem e vê o absurdo que está sendo
feito. Desculpe a palavra, mas é uma sacanagem".
Macarrão
disse que ninguém matou a ex-amante do amigo. “Eliza está viva e a polícia está
procurando a pessoa morta. A polícia precisa procurar a pessoa vida. É por isso
que não acha”, afirmou Macarrão.
Bruno
ainda declarou no Fórum de Esmeraldas que confia na Justiça de Deus, “A Justiça
dos homens pode falhar, mas Deus está lá em cima vendo tudo. A dele não falha,
não”. O goleiro ainda conversou em local reservado com a juíza Maria José
Starling, que presidiu a audiência de hoje. O motivo da conversa não foi
esclarecido para a imprensa.
Agora
as oitivas do processo devem acontecer somente na primeira semana de novembro.
Os réus devem ser interrogados no Fórum de Contagem a partir do dia oito de
novembro.
Juíza
Bruno
havia sido proibido de dar entrevista pela juíza Marixa Fabiane, do 1º Tribunal
do Júri, de Contagem. Hoje, após a sessão em que foram ouvidas testemunhas -
acompanhada por todos os réus - a juíza de Esmeraldas, Maria José Starling,
surpreendeu ao defender a soltura do goleiro. "O Bruno teria de estar
solto", disse. "Num dia disseram 'ele estava' (na suposta cena do
crime), depois disseram 'não, ele foi embora'. Está um vai e vêm nesses depoimentos",
afirmou, cobrando mais evidências do crime nos autos.
"Todos
os traficantes que mandei prender em Esmeraldas estão soltos. Aquele namorado
da Mércia (Nakashima), um advogado, está solto, e lá tem evidências, tem
corpo". Considerado o braço direito de Bruno, Luiz Henrique Romão, o
Macarrão, também falou com os jornalistas ao final da audiência e disse que
Eliza queria "acabar com a vida" do amigo. "Ela falou que ia
acabar com a vida do Bruno, mas ela está acabando com a vida de nove pessoas.
Eu só queria que ela aparecesse porque todo mundo sabe que ela está viva. Eu
tenho certeza que ela está viva", disse.
Anulação
de depoimentos
O
advogado do goleiro Bruno, Ércio Quaresma, disse nesta terça-feira que vai
pedir na Justiça a anulação de todos os depoimentos que foram feitos até agora
no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Quaresma usa como
argumento a matéria sobre o caso veiculada neste domingo (24/10), no programa
Fantástico, da Rede Globo de Televisão.
A reportagem mostra o vídeo feito pela Polícia Civil de Minas Gerais no sítio de Bruno, quando foi realizada a reconstituição do crime feita com o primo do goleiro, Sérgio Rosa Sales. "Como posso ver em uma emissora de TV parte de uma investigação que sequer foi juntada nos autos. Dentro destas circunstâncias, só me resta pleitear ao juiz, se é que vou conseguir alguma coisa, a anulação dos depoimentos deste caso", explica Quaresma.