Ganso não aceita vender percentual da imagem

O
meia Paulo Henrique Ganso não aceitou o projeto de carreira oferecido pelo
Santos, e as negociações estão emperradas. Segundo apurou o iG, os dirigentes
santistas ofereceram uma proposta semelhante à que garantiu a permanência de
Neymar e vetou a transferência do camisa 11 para o Chelsea, da Inglaterra, no
primeiro semestre deste ano.
O
Santos ofereceu a Ganso R$ 1,5 milhão em ações de marketing por cada ano de
contrato. Porém, o clube exige em troca 30% dos diretos de imagem do atleta,
que detêm 100% atualmente. Sendo assim, as negociações não evoluíram, já que
Paulo Henrique não abre mão do percentual total dos direitos de imagem.
A
divisão da “imagem” é a única diferença do projeto de carreira aceito por
Neymar. Assim como aconteceu com o camisa 11, o novo acordo prevê um aumento de
salário. Ganso deixaria de receber R$ 150 mil por mês e passaria a ganhar R$
275 mil, o mesmo aumento que Neymar recebeu na última renovação contratual.
No
entanto, Neymar aceitou a proposta, já, que antes de renovar o contrato, os
direitos de imagem do atleta eram divididos em 50% para o clube e 50% para o
atacante. Porém, para vencer o “assédio” dos ingleses pelo camisa 11, o Santos
cedeu mais 20% da imagem, e o jogador ficou com 70%. Desta forma, em todas as
ações de marketing de Neymar, o clube arrecada 30%.
No
restante, o plano de carreira oferecido aos dois jogadores é idêntico. Além do
aumento salarial, o clube oferece diversos cursos, como curso de idiomas e
mídia training. Enquanto o projeto de Neymar teve toda a estratégia focada na
figura do mito, para Ganso o clube visa a resgatar a mística da camisa 10 do
Santos.
Reuniões
após a cirurgia de Ganso não evoluíram
No
mesmo dia (26 de agosto) que a diretoria do Santos se reuniu com os
representantes de Ganso para apresentar pela primeira vez o projeto de
carreira, o atleta recebeu a notícia dos médicos que ficaria seis meses longe
dos gramados por causa da lesão ligamentar no joelho. Depois da cirurgia,
aconteceram mais quatro reuniões para tratar do assunto.
Estiveram
presentes os dirigentes do clube e os representantes da DIS, braço esportivo do
Grupo Sonda que, além de possuir 45% dos direitos econômicos do meia, gerencia
a carreira do atleta. A família do jogador também esteve nas reuniões: a mãe,
dona Maria Creuza, o pai, Julio de Lima, e o irmão, Julio Chagas, que também
cuidam da carreira do camisa 10 do Santos.
O
Santos foi representado nas reuniões pelo presidente do Santos, Luis Álvaro de
Oliveira Ribeiro, pelo dirigente Fernando Silva, pelo diretor de futebol Pedro
Luis Nunes Conceição e pelo diretor de marketing Armênio Neto. Além deles, a
reunião ainda teve a presença e o aval dos representantes do grupo Guia (Gestão
Unificada de Inteligência e Apoio ao Santos), que auxilia Luis Álvaro nas
decisões tomadas no clube.
Paulo Henrique tem contrato com o Santos até março de 2015. A multa rescisória do jogador é de 50 milhões de euros (cerca de R$ 111,7 milhões). Além dos 45% da DIS pelos direitos econômicos do atleta, o Santos também possui 45%. Os outros 10% pertencem ao próprio jogador.