O ministro da
Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira duas medidas para conter a
crescente valorização da moeda brasileira frente ao dólar. O IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras) passou de 4% para 6% sobre investimentos de estrangeiros
em renda fixa. O governo também aumentou de 0,38% para 6% a alíquota do IOF
cobrado sobre a margem de garantia dos investimentos estrangeiros no mercado
futuro.
Segundo Mantega,
atuar sobre esse mercado é fundamental para conter a alta do real. A taxa de
câmbio é formada fundamentalmente no mercado de derivativos. O capital
especulativo de curto prazo será o que mais sofrerá com os aumentos das taxas,
segundo o ministro. “Nós queremos diminuir o apetite, principalmente dos
aplicadores de curto prazo”.
Mantega disse que não
há garantias de que a desvalorização da moeda americana em relação à brasileira
acabará. “Estamos atenuando o excesso de valorização”.
Para o ministro, a
medida anterior de aumentar o IOF de 2% para 4%, no dia 4 de outubro, sobre os
investimentos estrangeiros, não foi ineficiente. Na avaliação dele, sem essa
atitude a valorização do real teria sido ainda maior.
Guerra cambial
Novas medidas para
conter a alta do real não estão descartadas, de acordo com Mantega. “Temos que
dosar o remédio de modo que ele não seja excessivo”, disse ao defender que as
medidas em relação ao câmbio sejam graduais.
Mantega declarou, no
entanto, que uma solução definitiva para a “guerra cambial” passa por um acordo
internacional para regular o tema. “Vamos ter que achar uma solução em
conjunto”.
Como medida adicional para conter a desvalorização do dólar, o governo vem comprando dólares no mercado à vista. A moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 1,666. E tem valorização de 4,42% no ano.