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Um relatório divulgado nesta quinta-feira pela
Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) aponta
que as tecnologias de informação e comunicação (TICs), tais como aparelhos de
celular e acesso à internet, são importantes no combate à pobreza em todo o
mundo.
O Relatório sobre a Economia da Informação também
sugere que os governos adotem políticas públicas voltadas para o
desenvolvimento da tecnologia da informação e da comunicação como uma
estratégia para reduzir a pobreza mundial.
"Ante nossos olhos, está se abrindo um novo
horizonte em que as novas tecnologias terão uma importância radical, inclusive
nos lugares mais remotos. A difusão de algumas tecnologias de informação e
comunicação, em especial os telefones móveis, tem aumentado espetacularmente,
inclusive nas regiões em que vive e trabalha grande parte da população pobre
mundial", disse o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, no
prefácio do relatório.
Segundo o relatório, a população carente sofre com
a falta de acesso a informações que são vitais para seu trabalho. Saber sobre
as condições meteorológicas, por exemplo, poderia ajudar um agricultor a
determinar o melhor momento para a plantação e a colheita. E um aparelho de
telefone celular poderia permitir a esse agricultor receber essas informações.
"Um pequeno empreendedor com telefone
celular, mesmo que o custo no Brasil [com telefonia móvel] seja um dos mais
altos do mundo, pode fazer muita coisa que não podia antes. Isso é que tem que
ser potencializado", disse o conselheiro do Comitê Gestor da Internet
(CGI.br), Carlos Alberto Afonso, que apresentou o relatório da Unctad no
Brasil.
Segundo Afonso, é importante destacar que,
isoladamente, o uso dessas tecnologias não resolve o problema da pobreza. Para
ele, o uso das TICs deve estar associado a políticas públicas que poderiam
criar condições para universalizar o acesso à informação. "A banda larga,
como já é na Finlândia e na Suíça, é parte do direito humano à comunicação
formalizado em lei. Então, o cidadão tem que ter acesso a essa tecnologia,
independentemente do seu nível de renda e classe social. Isso é o que temos que
ver no Brasil", afirmou.
Uma das alternativas para o Brasil, segundo ele,
seria a criação de uma rede nacional de banda larga, liderada por uma entidade
estatal, que ajudaria, inclusive, a diminuir os custos da telefonia móvel no
país. "O importante é que se pense que essas tecnologias têm que ser
universalizadas", afirmou.t
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