Ao questionar uma
candidata a estágio sobre o que ela trazia de bagagem de um intercâmbio
cultural, Viviane Ovanessian, gerente de projetos da DMRH, ouviu um categórico
“duas malas”. Naquele momento, ficou claro para a consultora que o mais
importante para uma carreira não são as experiências que se têm ou o preparo
acadêmico, mas sim, o que se faz com essas duas ferramentas. “É primordial
refletir sobre o que determinada vivência ou estudo agrega na carreira. Isso
traz amadurecimento”, comenta Viviane.
“Hoje, os estudantes
que se candidatam a vagas de trainee, por exemplo, são muito bem preparados.
Eles pensam na aplicabilidade do que aprendem na faculdade e com isso conseguem
entender muito facilmente como funciona o mercado de trabalho”, explica.
Maturidade
A psicóloga
acrescenta que para aqueles que não estudam em faculdade de primeira linha ou
que tiveram de trabalhar desde cedo, a experiência é útil porque permite
compreender mais rápido o que significa a vida corporativa.
Rodrigo Silveira
Campos, de 22 anos, é formado em publicidade, fez intercâmbio de seis meses nos
Estados Unidos, mas nunca trabalhou. “Fiz um estágio quando estava na
faculdade, mas optei por me dedicar mais aos estudos. Agora, tenho dificuldade
de encontrar trabalho por falta de experiência profissional”, conta. A opção,
diz, será candidatar-se às vagas de trainee ou buscar posições em companhias de
menor porte.
Perfil
Apesar de tanto
experiência quanto aprendizado acadêmico serem fundamentais para a um bom
profissional, cada carreira traça o perfil do profissional mais procurado. Em
economia, por exemplo, a formação continuada, ou seja, pós-graduação, mestrado
e doutorado são essenciais para quem quer se destacar, avalia Flávio de
Rezende, diretor do Departamento de Pesquisa do Corecon-SP (Conselho Regional
de Economia de São Paulo).“Em nossa carreira é necessário um perpétuo
desenvolvimento, porque as mudanças do cenário econômico precisam ser
acompanhadas de perto”, afirma.
Já para profissionais formados em Administração, ter um título de MBA (Master in Business Administration) chama a atenção no currículo, mas o documento de nada adiantará se a experiência profissional não for sólida. “Para que ele até consiga aproveitar esse MBA, ter algumas vivências em gestão são fundamentais. Do contrário, ele estará perdendo o tempo”, diz Viviane.