Parte dos casos de
obesidade infantil pode ter uma origem infecciosa, segundo estudo publicado na
edição online da revista científica Pediatrics nesta segunda-feira. De acordo
com a descoberta, crianças expostas a um tipo específico de adenovírus –
conhecido por causar infecções respiratórias e gastrointestinais – têm mais
chance de se tornarem obesas.
A pesquisa, realizada
por cientistas da Universidade da Califórnia, estudou a presença de anticorpos
específicos para adenovírus 36, ligados anteriormente ao excesso de peso. No
total, foram analisadas 124 crianças, com idades entre 8 e 18 anos. Os
resultados mostraram que esses anticorpos foram encontrados em 19 crianças e a
maioria delas (78%) era obesa.
Os pesquisadores
constataram ainda que esse anticorpo era mais comum em crianças obesas: 15 das
67 com excesso de peso eram positivas para esse vírus, em comparação com
aquelas que tinham o peso normal – quatro das 57. De acordo com o estudo, os
voluntários com esses anticorpos tinham 22 quilos a mais do que aquelas que
apresentaram exame negativo.
“Excesso de peso é
uma preocupação para se ter em qualquer idade, mas principalmente para as
crianças”, disse Jeffrey B. Schwimmer, diretor do setor de Peso e Bem-Estar do
Rady Children's Hospital , em San Diego. “Obesidade pode ser um marcador para
problemas de saúde no futuro, como doenças cardíacas e diabetes”, completou.
Ele acredita que a descoberta pode mudar a forma como as pessoas encaram o excesso de peso. “Muitas pessoas acreditam que a obesidade ocorre por culpa da própria pessoa, dos pais ou da família. Esse trabalho ajuda a mostrar que o peso corporal é mais complicado do que se acredita. Os dados adicionam mais uma evidência de que uma infecção pode ser a causa ou contribui para a obesidade”, afirmou.