Os vídeos revelam os primeiros dias do maior caso de cárcere privado da história do Estado de São Paulo, que durou mais de 100 horas, e acabou de forma trágica na última sexta-feira, com as duas reféns sendo baleadas. Eloá teve morte encenfálica na noite de sábado. Nayara ainda se recupera no Centro Hospitalar Municipal de Santo André.
Leia abaixo alguns trechos da gravação, que foi obtida pela repórter Camilla Haddad, do Jornal da Tarde:
Logo no começo da gravação do dia 14 de outubro, Lindembergue afirma que não quer nada e que não irá se entregar. O policial insiste: “Vamos terminar isso logo!”
Em seguida a conversa muda e o policial pergunta quanto tempo ele irá demorar para resolver essa questão se a luz fosse religada. “40 minutos”, responde o seqüestrador.
Mais adiante, Lindembergue ameaça matá-la se alguém entrar. O negociador pede calma e afirma que ninguém irá entrar. A conversa esquenta e o ex-namorado questiona se ele não estaria no comando: “Não é minha a ordem?”
Pouco mais adiante, é possível ouvir rapidamente Lindembergue falar: “Cala a boca, cala a boca.” Uma voz feminina é ouvida pouco antes. Aos 3 minutos e 17 segundos.
Depois disso, ele afirma: “não tenho nada a perder”. No que o negociador responde: “Não complique a sua situação”. E completa: “Eu quero que os três saiam vivo”.
A qualidade do áudio de Lindembergue é ruim, mas o dos policiais é bastante clara e permite acompanhar o andamento das negociações nos primeiros dias.