Andradina: Leite e hortas vão contra a “onda da cana”

Crianças da escola Josepha de Jesus Carreira se alimentando com a merenda que é feita de assentamentos na região. Foto: Assessoria de Imprensa

Na região noroeste paulista, os assentamentos têm se mostrado verdadeiras ilhas de produção de alimentos, contrapondo-se à predominância da cana, largamente produzidas em propriedades arrendadas – grandes, médias e até mesmo as pequenas. A produção de leite dos assentamentos da região de Andradina abastece boa parte dos laticínios da região, como Tânia, de Guaraçai, e Nestlé, de Araçatuba. Entretanto, o leite não é o único alimento produzido, embora continue sendo o principal responsável pela renda familiar desses produtores.

Vários assentados começaram a diversificar a produção em seus lotes, estimulados pelo Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, coordenado e operacionalizado pela Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, em parceria com as Prefeituras Municipais e apoio de instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural, como a Fundação Itesp.

José Ulisses, do assentamento São Joaquim, em Castilho integra a Associação 1º de Maio, que desde fevereiro participa do PAA . O programa estimula a produção e a diversificação do pequeno agricultor, que tem garantia de escoar a produção e receber um preço justo, estipulado pela própria Conab, além de contribuir com instituições beneficentes que recebem os alimentos gratuitamente.

Para a nutricionista do Hospital Maternidade José Fortuna, em Castilho, Larissa Simões, a doação simultânea reduziu substancialmente a compra de produtos nos Varejões, diminuindo os gastos do hospital; sem contar que os alimentos – especialmente legumes, verduras e frutas – são entregues logo após a colheita, mantendo a qualidade. Além do hospital, o asilo e a Igreja Católica de Castilho também são beneficiados pela doação simultânea (modalidade do PAA).

A meta, segundo Edson Oliveira Gonçalves, técnico em Desenvolvimento Agrário da Fundação Itesp e responsável pelo projeto técnico da Associação, é ampliar o número de produtores participantes e beneficiar mais instituições. “O maior desafio foi planejar e organizar a produção para garantir variedade e regularidade na entrega, pois as instituições têm o direito de escolher e até de rejeitar os produtos que não apresentam um mínimo de qualidade. ” O responsável técnico do Itesp de Andradina, Milton Oliveira Gonçalves, afirma que a experiência positiva da Associação deverá estimular outros produtores de outros assentamentos a se engajarem no programa.

* Com informações do ITESP