Mulher de Bruno rompe o silêncio e diz que está disposta a contribuir

A barreira de silêncio montada pelos advogados de defesa de Bruno e seus amigos começa a ruir. Na manhã desta segunda-feira, dois novos advogados que representam Dayanne Souza, com quem o goleiro ainda é formalmente casado, afirmaram que ela está disposta a colaborar com as investigações. Na verdade, já colaborou: em seu depoimento iniciado na última sexta-feira e que se estendeu até as 4h de sábado, Dayanne fez revelações importantes à polícia mineira, mantidas em sigilo.

Os advogados Walker Azevedo e Emerson Louro afirmam que foram procurados pela família de Dayanne por “divergência de interesses” entre ela e os demais suspeitos do caso – principalmente Bruno e seu ex-funcionário, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão. “A Dayanne está disposta a contribuir com as investigações e viemos representá-la a pedido da família”, disse Azevedo.

Os defensores não detalharam o teor do depoimento, mas adiantaram que ela admitiu ter encontrado com Eliza Samudio no sítio do goleiro em Esmeraldas, no dia 7. Dayanne também inseriu um dado que embaralhou o roteiro que, até então, os policiais tinham do calvário de Eliza, do seqüestro no Rio, no dia 4 de junho, até o estrangulamento em Vespasiano (MG), no dia 9. A ex-mulher do goleiro teria visto Eliza viva no dia 10.

Walker Azevedo e Emerson Louro agora, como os demais advogados, querem ter acesso às peças do inquérito, que a esta altura já beiram as duas mil páginas, e aos laudos periciais – entre eles as quebras de sigilo telefônico dos envolvidos.

As mulheres do caso – Policiais estão interrogando, desde o início da manhã desta segunda-feira, a mulher de Cleiton da Silva Gonçalves – também amigo do grupo. Ela admitiu ter cuidado do bebê Bruninho no início de junho, no sítio de Esmeraldas, e é ouvida na condição de testemunha.

Cleiton apareceu na história como o homem que conduzia o Land Rover do goleiro no dia 8, quando o carro foi apreendido em uma blitz em Contagem, por documentação irregular. Mais tarde descobriu-se, no entanto, que ele só consta nos autos como motorista do veículo por ter feito um favor a Bruno e ao menor J., primo adolescente do jogador. Era J. quem conduzia o carro, em alta velocidade, quando o Land Rover foi parado na blitz.

A polícia mineira está convencida de que a loira Fernanda Gomes de Castro, amante do goleiro Bruno, também teve participação ativa no sequestro de Eliza. Ela chegou a ser intimada para depor à Polícia Civil do Rio na sexta-feira, mas seu advogado pediu mais tempo. De acordo com o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil de Minas, na noite do dia 5 de junho Fernanda seguiu com Bruno e o bebê de Eliza, Bruninho, em um BMW X5. No outro carro, o Land Rover do goleiro, viajaram o menor J., Luiz Henrique Ferreira (Macarrão) e Eliza. A polícia mineira também quer interrogar a noiva do goleiro, Ingrid Oliveira.