Meu filho não é o mais bacana da escola, e agora?
Meu filho não é o mais bacana da escola, e agora?

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Nas salas de aula é fácil distinguir a criança mais popular, que costuma ser a mais extrovertida, daquela que os colegas de classe não prestam muita atenção. Mas você sabe como estas características podem fazer diferença na vida de seu filho? Antes de se preocupar, a coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental I do Colégio Pentágono, em São Paulo, Mitzi Moniz, afirma que ser mais ou menos social não é índice para medir a felicidade de uma criança, mas merece o questionamento dos pais em alguns casos.
“Se a criança não é muito popular na escola e isso está incomodando os pais, primeiramente é preciso investigar se esta característica é um desejo unicamente dos pais ou se a criança também está infeliz”, diz Moniz. Muitas vezes os pais se afligem quando percebem que o filho convive sempre com apenas um ou dois amigos, mas pode ser que ele esteja contente desta maneira: “Crianças mais introvertidas podem ser felizes mesmo não sendo tão populares quanto os outros colegas de classe”.
Encarando a multidão
Segundo Moniz, realmente há crianças que possuem uma habilidade social maior e isso as torna mais notórias para os colegas, mas para quem não tem esta facilidade, contar com a ajuda da família é muito importante para o desenvolvimento da sociabilidade. “Nem sempre a família coopera no sentido de ampliar, incentivar, dar confiança e autonomia para o filho fazer outros amigos”, afirma. “Algumas vezes vemos que a dificuldade da criança em socializar-se acontece principalmente por causa dos núcleos de família contemporânea, que se restringem a um número pequeno de pessoas”, completa.
Se os pais não possuem o costume de levar os filhos a situações coletivas, como festinhas de aniversário ou playground do prédio, por exemplo, as chances da criança se manter mais fechada acabam se tornando maiores. “Crianças muito grudadas à relação familiar possuem mais dificuldade para fazer novos amigos, assim como aquelas crianças que possuem pais superprotetores são mais inseguras na hora de socializarem”, explica Moniz. Porém, lembra: ser mais ou menos popular não está completamente ligado ao aprendizado ou, posteriormente, ao sucesso na vida adulta. “Existe uma crença de que a criança mais popular será mais bem-sucedida no futuro, mas não existe nada que prove isso”, explica. Os pais devem mesmo é se preocupar com o nível de satisfação que os filhos possuem em ir para a escola.
Quantidade não é qualidade
A psicopedagoga Birgit Mobus, da Escola Suíço-Brasileira, em São Paulo, afirma que as crianças, ao chegarem à pré-adolescência, normalmente ficam mais preocupadas em serem populares: “Se neste período ela começa a se queixar de ter poucos amigos e não ser popular, os pais precisam deixar claro o que isso significa”, afirma a psicopedagoga.
As crianças que costumam reclamar da falta de popularidade são, na maioria das vezes, tímidas e inseguras, e o que entra em questão é a própria autoestima que ela possui em relação a isso, que deve ser reforçada. “A criança que tem uma boa autoestima costuma se tornar mais conhecida porque acaba sendo mais querida por todos, e então desenvolve uma vida social mais ampla”, explica Mobus. Mas é preciso lembrá-la de que saber escolher os amigos é essencial, e que quantidade não é sinônimo de qualidade. Os pais, por outro lado, devem saber que nem sempre um filho popular é o adolescente mais saudável: “Temos alunos bem conhecidos, até mesmo pelos professores, que possuem um comportamento que nem sempre é o ideal”, diz.
O mais importante é a criança ter uma boa vida social e estar satisfeito com ela. Portanto, os pais, além de não se preocuparem tanto com a falta de notoriedade do filho, devem informá-lo que a popularidade em si não é necessária, mas sim ter relações sociais significativas. Agora, se ele apresentar mudanças de comportamentos – como ficar agressivo, nervoso ou triste - é preciso ficar atento: crianças que não são populares possuem maiores chances de serem alvo de bullying escolar, e aí o problema se torna outro.
Além disso, Mitzi lembra que crianças muito solitárias precisam ser observadas: “Se ela fica sempre num canto e não interage, os pais devem prestar atenção”. E o papel deles, antes que isso aconteça, é propiciar autonomia e autoconfiança para que ela seja capaz de fazer amigos, deixando com que ela resolva possíveis conflitos ao longo do crescimento. “É preciso estar próximo, mas não se deve interferir no desenvolvimento da vida social da criança”, revela Mobus.
“Se a criança não é muito popular na escola e isso está incomodando os pais, primeiramente é preciso investigar se esta característica é um desejo unicamente dos pais ou se a criança também está infeliz”, diz Moniz. Muitas vezes os pais se afligem quando percebem que o filho convive sempre com apenas um ou dois amigos, mas pode ser que ele esteja contente desta maneira: “Crianças mais introvertidas podem ser felizes mesmo não sendo tão populares quanto os outros colegas de classe”.
Encarando a multidão
Segundo Moniz, realmente há crianças que possuem uma habilidade social maior e isso as torna mais notórias para os colegas, mas para quem não tem esta facilidade, contar com a ajuda da família é muito importante para o desenvolvimento da sociabilidade. “Nem sempre a família coopera no sentido de ampliar, incentivar, dar confiança e autonomia para o filho fazer outros amigos”, afirma. “Algumas vezes vemos que a dificuldade da criança em socializar-se acontece principalmente por causa dos núcleos de família contemporânea, que se restringem a um número pequeno de pessoas”, completa.
Se os pais não possuem o costume de levar os filhos a situações coletivas, como festinhas de aniversário ou playground do prédio, por exemplo, as chances da criança se manter mais fechada acabam se tornando maiores. “Crianças muito grudadas à relação familiar possuem mais dificuldade para fazer novos amigos, assim como aquelas crianças que possuem pais superprotetores são mais inseguras na hora de socializarem”, explica Moniz. Porém, lembra: ser mais ou menos popular não está completamente ligado ao aprendizado ou, posteriormente, ao sucesso na vida adulta. “Existe uma crença de que a criança mais popular será mais bem-sucedida no futuro, mas não existe nada que prove isso”, explica. Os pais devem mesmo é se preocupar com o nível de satisfação que os filhos possuem em ir para a escola.
Quantidade não é qualidade
A psicopedagoga Birgit Mobus, da Escola Suíço-Brasileira, em São Paulo, afirma que as crianças, ao chegarem à pré-adolescência, normalmente ficam mais preocupadas em serem populares: “Se neste período ela começa a se queixar de ter poucos amigos e não ser popular, os pais precisam deixar claro o que isso significa”, afirma a psicopedagoga.
As crianças que costumam reclamar da falta de popularidade são, na maioria das vezes, tímidas e inseguras, e o que entra em questão é a própria autoestima que ela possui em relação a isso, que deve ser reforçada. “A criança que tem uma boa autoestima costuma se tornar mais conhecida porque acaba sendo mais querida por todos, e então desenvolve uma vida social mais ampla”, explica Mobus. Mas é preciso lembrá-la de que saber escolher os amigos é essencial, e que quantidade não é sinônimo de qualidade. Os pais, por outro lado, devem saber que nem sempre um filho popular é o adolescente mais saudável: “Temos alunos bem conhecidos, até mesmo pelos professores, que possuem um comportamento que nem sempre é o ideal”, diz.
O mais importante é a criança ter uma boa vida social e estar satisfeito com ela. Portanto, os pais, além de não se preocuparem tanto com a falta de notoriedade do filho, devem informá-lo que a popularidade em si não é necessária, mas sim ter relações sociais significativas. Agora, se ele apresentar mudanças de comportamentos – como ficar agressivo, nervoso ou triste - é preciso ficar atento: crianças que não são populares possuem maiores chances de serem alvo de bullying escolar, e aí o problema se torna outro.
Além disso, Mitzi lembra que crianças muito solitárias precisam ser observadas: “Se ela fica sempre num canto e não interage, os pais devem prestar atenção”. E o papel deles, antes que isso aconteça, é propiciar autonomia e autoconfiança para que ela seja capaz de fazer amigos, deixando com que ela resolva possíveis conflitos ao longo do crescimento. “É preciso estar próximo, mas não se deve interferir no desenvolvimento da vida social da criança”, revela Mobus.