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O presidente da Vale, Roger Agnelli, não quis confirmar os números. Disse que eles não estão fechados, mas admitiu que podem ficar nesse patamar. E explicou porque o foco no minério de ferro neste momento é estratégico: "Precisamos investir em minério de forma rápida, porque as mineradoras da Austrália e da Índia estão se mexendo fortemente. Não queremos perder mercado para eles."
Maior mineradora de ferro do mundo, a Vale planeja aumentar sua produção de 300 milhões para 450 milhões de toneladas por ano até 2014. O objetivo é manter distância das australianas BHP e Rio Tinto, que tentam se unir numa joint venture com potencial para produzir mais de 350 milhões de toneladas de minério de ferro por ano – acima, portanto, do que a Vale faz hoje.
Embora a maior parte dos US$ 40 bilhões na área de minério de ferro venha a ser aplicada no Brasil, a Vale também tem planos no exterior. Foi o caso da compra do controle de uma mineradora na Guiné, anunciado no final de abril, por US$ 2,5 bilhões.
"A maior parte dos projetos já está decidida. Eles serão no Pará e em Minas Gerais, e dependem da liberação de licenças ambientais", afirmou Agnelli. "São investimentos em minas de ferro e também em logística, como ferrovias e portos para transportar o produto."
De acordo com o presidente da Vale, os planos, a princípio, não incluem aquisições de novas minas. Segundo Agnelli, a febre pelo minério de ferro brasileiro atraiu o interesse de mineradoras da China, da Índia e do Canadá, que já compraram os melhores ativos disponíveis no País.
"A gente tinha opção de compra de várias dessas minas, mas não achamos interessante", afirma o executivo. "Como temos muita coisa para ser desenvolvida, não precisamos comprar ninguém."
Aço
Depois de inaugurar a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), uma parceria com os alemães da ThyssenKrupp, a Vale inicia oficialmente hoje as obras de construção da Aços Laminados do Pará (Alpa), em Marabá, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No ano passado, o presidente Lula pressionou publicamente Agnelli a investir no setor siderúrgico. Questionado, o presidente da Vale afirma que a companhia sempre participou do setor siderúrgico, até para fomentar o consumo de seu produto, e que insistência do presidente mesmo só teria ocorrido no caso do Pará, uma vez que parte dos outros projeto são mais antigos.
Além da CSA e da Alpa, a Vale está investindo em outras duas siderúrgicas: uma no Ceará e outra no Espírito Santo. Ao todo, as usinas estão orçadas em cerca de US$ 21 bilhões. "A gente gostaria que os clientes (siderúrgicas) investissem. Como eles não fizeram isso e havia apoio político, decidimos investir.".
Nessa área, porém, a Vale aparece para abrir caminho, e não para ficar. "Nosso papel é fomentar novas plantas siderúrgicas", diz. "Serão plantas de última geração e tenho certeza de que, assim que estiverem maduras, nossos clientes (as siderúrgicas) terão interesse em entrar no negócio. Nesse momento poderemos sair, como fizemos, por exemplo, com a Usiminas."
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