Brasil deve correr para desenvolver carro elétrico

Brasil deve correr para desenvolver carro elétrico

A indústria brasileira precisa correr contra o tempo para não perder o "trem" do veículo elétrico. Especialistas, representantes de montadoras e concessionárias de energia que participaram do seminário Desafios da Mobilidade Elétrica, uma das atrações do evento internacional Michelin Challenge Bibendum, no Rio, defenderam o rápido desenvolvimento de tecnologias de produção alternativas ao motor a combustão, para que o Brasil não fique definitivamente para trás de países como China e Índia, que já produzem veículos elétricos em escala comercial.

"A mensagem que deixamos aqui é que os atores desta indústria podem contar com o BNDES. Precisamos desenvolver a indústria brasileira para que não percamos este trem", afirmou o gerente do Departamento de Indústria Pesada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Castor de Castro.

O diretor de relações institucionais da Renault do Brasil, Antonio Calcagnotto, afirmou que o veículo elétrico híbrido verde, movido a eletricidade e a etanol, é "sem dúvida" uma solução para o Brasil. O carro híbrido a etanol, foi tema das palestras promovidas no evento, promovido pelo Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE) e pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), conforme antecipou o iG.

"A humanidade está no momento em que decide como fazer para limpar o planeta e não vai se deixar enganar com uma tecnologia só", disse. Segundo o executivo, os carros movidos a combustíveis fósseis continuarão sendo a principal fonte de energia de automóveis, respondendo por cerca de 50% da frota do planeta. Mas outras tecnologias, que vão de motores elétricos e híbridos a veículos com célula de hidrogênio, repartirão a outra metade do mercado mundial.

"Estamos num ponto crítico: temos que dominar essa tecnologia agora ou ficamos para trás", diz o especialista Antônio Vicente de Souza, diretor da ABVE.

O diretor técnico executivo da geradora de energia Itaipu Binacional, Antonio Otelo de Cardoso, destacou que o veículo elétrico não precisa ser pensado para todo o País, mas para ser parte da solução de planejamento das grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo ele, a procura por veículos elétricos no Brasil não traria impacto na demanda por energia.

"Se o Brasil vendesse por ano 300 mil veículos elétricos - cerca de 10% do total de veículos, isso não tomaria mais de 0,3% do consumo de energia de todo o País", acrescentou.

O uso do etanol como combustível complementar faria também do combustível um aliado e não mais um concorrente do carro elétrico, segundo Jayme Buarque de Hollanda, diretor-geral do INEE.

O governo federal adiou para o fim de junho a discussão de medidas de incentivo aos veículos elétricos. O anúncio de apoio ao setor estava marcado para a semana passada, mas em cima da hora foi desmarcado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. A ideia do governo é reduzir impostos e apoiar centros de tecnologia para a produção nacional de motores movidos a energia elétrica. Os pontos debatidos no seminário fazem parte de um documento do INEE e da ABVE que será apresentado ao governo.

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