Projeto já reduz preço do link de internet

Projeto já reduz preço do link de internet

O Plano Nacional de Banda Larga ainda engatinha, mas o mercado de capacidade para oferta de internet dá sinais de mudanças. Na semana passada, concessionárias de telefonia começaram a acenar com preços bem mais baixos no atacado, mas as propostas trazem uma novidade – contratos mais longos, de 36 meses. Para quem ouviu, ficou a impressão de que as empresas se preparam para uma competição com a Telebrás.

“O mercado esquentou, o PNBL já começa a dar bons resultados. Recebemos oferta de duas operadoras acenando com uma redução considerável no valor do Mbps, mas elas agora querem contratos com duração de 36 meses. Normalmente nossos contratos são feitos por 12 meses, máximo de 24”, diz o presidente da rede nacional de provedores Global Info, Magdiel da Costa Santos.

As propostas são tentadoras, uma vez que reduzem quase pela metade o preço médio atualmente cobrado pelo mercado para cada Mbps de capacidade. No caso das ofertas aos provedores da Global Info, o custo do Mbps cairia de R$ 1,5 mil para R$ 850. Mas, segundo Santos, ao alongar os contratos por três anos o preço seria superior ao que promete o governo com a reativação da Telebrás.

“Como associação, vamos ter muita prudência em orientar nosso associado, pois imagine que alguém que hoje pague R$ 1,5 mil por Mbps receba uma oferta para reduzir para R$ 850 por 36 meses. No primeiro momento estaria legal, mas caso a Telebrás cumpra o prometido, o provedor em questão teria feito um péssimo negócio”, avalia o presidente da Global Info.

Ele se refere a uma das principais premissas do Plano Nacional de Banda Larga para a reativação da estatal que é a oferta de capacidade por volta de R$ 230 por Mbps. O objetivo do plano é, expressamente, facilitar o acesso no atacado para que pequenos e médios provedores possam levar internet aos consumidores pelo preço máximo de R$ 35 mensais.

Como a expectativa é de que essa oferta comece ainda neste ano, com a “iluminação” dos anéis sudeste e nordeste da rede pública de fibras óticas – pelo uso da infraestrutura das estatais de energia elétrica – a cautela se justifica. Nas contas da Global Info, um contrato assinado agora por três anos poderia deixar um provedor amarrado por um longo tempo a preços muito acima daqueles prometidos pela Telebrás.

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