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A brasileira Iara Lee estava em um das embarcações que integravam a frota de ajuda humanitária a Gaza atacada por Israel nesta segunda-feira, segundo informou o Itamaraty. Ainda não está claro se ela é ou não umas das dez vítimas.
Em nota, o Itamaraty afirmou que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, determinou que fossem tomadas "providências imediatas" para a localização da brasileira.
O embaixador de Israel no Brasil está sendo chamado ao Itamaraty "para que seja manifestada a indignação do governo brasileiro com o incidente e a preocupação" com a situação de Iara Lee, que falou sobre o risco da missão em um artigo publicado no site americano “The Hills” na última terça-feira (25).
Uma amiga da brasileira, que é cineasta, enviou uma carta ao Itamaraty na qual solicita o apoio do governo brasileiro na busca por informações. Na noite de domingo, Iara teria relatado por telefone a colegas do Brasil que as embarcações já estavam cercadas e que o clima era "de medo" entre os tripulantes.
"Falamos com ela ontem (domingo) à noite. Ela contou que os navios estavam cercados pelo Exército de Israel e o tom dela era de medo e tensão", disse a professora da USP Arlene Clemesha.
Segundo Arlene, esse foi o último contato com Iara. A cineasta vinha utilizando o Facebook para fazer comentários sobre a viagem e, algumas vezes, usava um celular via satélite.
Motivos
Com a confirmação do ataque israelense, a professora da USP decidiu enviar uma carta ao Itamaraty, solicitando o apoio do governo brasileiro na busca por informações sobre a brasileira. No último contato, Iara teria ainda dito a Arlene que os tripulantes já estavam tentando planejar "alguma estratégia" para o caso de serem atacados.
"Ela falou que há idosos e crianças nas embarcações. E que uma ideia seria tentar empurrar os soldados israelenses para o mar", disse a professora da USP.
Em uma carta-depoimento escrita antes da viagem, a cineasta relatou os motivos que a levaram a participar da expedição humanitária.br>
"Nós que enfrentamos esta viagem estamos, é claro, preocupados com nossa segurança também", escreveu. "Todavia eu me envolvo porque creio que ações resolutamente não violentas, que chamam atenção ao bloqueio, são indispensáveis para esclarecer o público sobre o que está de fato ocorrendo. Simplesmente não há justificativa para impedir que cargas de ajuda humanitária alcancem um povo em crise", acrescentou a cineasta, que teria 48 anos.
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