A Hoerskool Randburg, local que receberá os treinos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, mais parece uma zona militar restrita no meio de Johannesburgo. Com arames e cerca eletrificada por todos os lados, o colégio de ensino médio mostra que garantirá todo o isolamento desejado pela equipe do técnico Dunga.
Com uma empresa de segurança contratada pela escola é possível verificar apenas três entradas. A principal, por onde saem os alunos e que conta com um guarda desarmado e vestindo um uniforme da empresa; uma garagem, de onde só passa quem se identificar; e outra porta nos fundos, com outro segurança de "cão de guarda". O campo onde o Brasil irá treinar já está totalmente bloqueado e longe da visão de quem passa na rua. Nem os próprios alunos da escola tem acesso ao gramado.
Na entrada principal, uma faixa amistosa mostra a animação da escola para receber a Seleção: "Sejam bem-vindos Brasil", estampava o objeto. Nem tão amistosa é a recepção por parte do segurança na porta principal: "repórteres não são permitidos". Em seguida, conversa pelo aparelho de walk-talk e um funcionário que parece ocupar um cargo mais alto na escola, mas que não quis se identificar, chega em tom mais enfático ainda. "Se vocês não tiverem autorização da Fifa, não podem entrar e eu não posso falar com vocês".
Com o consentimento dos avós de um aluno, repórteres começam a conversar com uma criança de cerca de 12 anos, que se mostrou muito contente com a vinda do time brasileiro para sua escola. Porém, pouco depois, o segurança, o mesmo que barrou os repórteres no começo, aparece gritando. "Não fale com eles, não fale com eles. Não é permitido".
"Eu não vou ser mais gentil com vocês, se continuarem aqui, teremos que chamar a polícia", ameaça o segurança. E a Seleção nem chegou. Ainda em Curitiba, a delegação brasileira embarcará nesta quarta-feira, com escala em Brasília para uma visita ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. A chegada em Johannesburgo será na quinta-feira.
Arames e cerca eletrificada ajudarão a isolar a Seleção em Johannesburgo
Arames e cerca eletrificada ajudarão a isolar a Seleção em Johannesburgo
