“Primeiro aprende a produzir capim. O boi vem depois”, aconselha pecuarista

“Primeiro aprende a produzir capim. O boi vem depois”, aconselha pecuarista

“O pecuarista tem que aprender que ele produz capim. O boi vem depois. Mas primeiro ele tem que produzir capim”, simplificou Antônio Vieira, mais conhecido como Nenê do Manelão – apelido que é uma referência ao seu pai, Manoel.

Nenê é proprietário da Fazenda Centrão, localizada no município de Marabá, no estado do Pará. Nesta quarta-feira, dia 30, o Giro do Boi reprisou a reportagem para a série especial Rota do Boi gravada na fazenda e mostrou todo o cuidado que Nenê do Manelão tem com o manejo do pasto, a reposição do gado que vai para a engorda e, como um bom comissário que foi, o carinho com que organiza e guarda sua traia de arreio.

“Eu cheguei em 1974 (em Marabá) e era bem diferente do que a gente vive hoje na realidade nossa. Meu pai, quando a gente morou em Araguaína, transportava gado, já mexia com essas comitivas de boi, transporte por terra. Quando nós viemos pra Marabá, continuamos mexendo. Meu pai saiu dessa gerência de fazenda, montamos essas comitivas e ficamos transportando gado. É coisa que se você contar hoje para essa turma mais jovem da população marabaense, que nós já atravessamos 1.200 bois naquela ponte rodo ferroviária, que dá acesso para São Félix, a turma não vai acreditar!” recordou.

Conhecedor de gado bom pela experiência das comitivas, Nenê do Manelão usa seu olhar criterioso como ferramenta de seleção na hora de comprar a bezerrada que vai para engorda.

“A gente busca um pouco do currículo desse criador, a genética desse gado. Você vai na fazenda e vai saber se o criador tem uma vaca boa, se o plantel é bom, se ele tem esses touros, se é bezerro que tem uma origem, procedência de um gado PO. Depois você vai nesse animal olhar a carcaça. O boi é uma embalagem: você tem que ter alguma coisa pra você preencher aquilo ali. Se ele não tem carcaça, se ele não tem comprimento, se é um animal curto, você não vai conseguir colocar peso nesse animal nunca”, apontou.

Na sequência, o produtor deu detalhes de manejo de sua principal ferramenta de trabalho: o pasto. Como nota-se nas imagens gravadas na Fazenda Centrão, os piquetes são livres de plantas daninhas, o que é tarefa complicada de cumprir em pleno Bioma Amazônico.

“Dá trabalho! Essa é uma área que já foi reformada e é um consórcio do Panicum com a Braquiária e que vem dando certo. Mas não é fácil você deixar limpo, as invasoras sempre estão brigando. Aqui na nossa frente, por exemplo, a gente tem um pezinho de assa-peixe. Então isso tem que estar sempre combatendo”, explicou.

O produtor justificou o consórcio dos dois tipos de forrageiras. “Nesse lugar que a gente está, você pode ver que tem um espaçozinho e quem está fechando esse espaço no solo é a Braquiária, porque ela vai formando rama e vai preenchendo estes espaços vagos aonde o Panicum não fecha. O Panicum é de touceira e a Braquiária, você pode ver, ela vai alastrando e fechando esses espaços que vão ficando com o solo descoberto”, mostrou.

Para administrar a fazenda com rédea curta, Nenê do Manelão conta com sua tropa de primeira sempre pronta para o trabalho de ronda. O pecuarista exibe com orgulho o quartinho reservado para a traia, que guarda com capricho, com organização e limpeza.

“Isso aqui é uma paixão! Eu fui comissário de boi por muitos anos, meu pai também, então isso aqui tem toda uma tradição. Uma traia dessa aqui, essas cornetas, são todas coisas muito antigas. É uma paixão a gente leva também para as cavalgadas, quando tem a gente tá preparado, pronto para traiar essa tropa e chegar lá e fazer bonito”, contou.



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