No Dia da Árvore, Senado tenta analisar projeto de Código Florestal

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O
projeto de reforma do Código Florestal (PLC 30/11) volta a abrir a pauta da
reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) desta
quarta-feira (21). Simbolicamente, o exame do projeto coincidirá com as
comemorações do Dia da Árvore, o que tem levado a intensa mobilização em torno
do assunto por organizações ambientais. A matéria constou da pauta da última
reunião, mas novo pedido de vista coletiva levou ao adiamento da votação mais
uma vez. A solicitação de vista foi motivada por duas mudanças feitas pelo
relator, senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), em seu substitutivo As
alterações foram anunciadas pelo parlamentar na reunião da CCJ da última
quarta-feira (14).
Inicialmente,
o relator retirou do texto a possibilidade de os governadores definirem
situações em que a vegetação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) poderia
ser suprimida. Ao fazer isso, ele manteve a norma em vigor, que define a
autorização para uso de APP como prerrogativa exclusiva da União.
A
outra modificação refere-se à conversão das multas que incidirem sobre imóvel
rural que aderir ao Programa de Regularização Ambiental em serviços de
preservação ambiental.
Obras
da Copa
Além
de confirmar a constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade do projeto
do código florestal (o que seria sua função), o relator do projeto na CCJ quer
incluir no novo texto a possibilidade de intervenção em APPs para construções
de obras ligadas a eventos esportivos, como estádios.
O
relator justifica que o maior detalhamento das expressões: “utilidade pública”,
“interesse social” e “baixo impacto ambiental” no projeto trará mais segurança
jurídica ao texto do código florestal. “Inserimos a expressão ‘estádios e
demais instalações necessárias à realização de competições esportivas
municipais, estaduais, nacionais ou internacionais’, para garantir a sua
construção, especialmente pela urgência do governo em viabilizar as obras da
Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016”, explicou o senador em seu
relatório.
Somado
a isso, o relator sugeriu alterações de redação e rejeitou as 37 emendas
parlamentares que o projeto recebeu, sob alegação de que estariam mudando “o
mérito da matéria” – o que deveria ser analisado nas outras duas comissões.
Justamente por fugir dos itens “constitucionalidade”, “juridicidade e
“regimentalidade”, o relatório do peemedebista é que gerará polêmica entre seus
pares para ser aprovado na comissão.
A
questão é que Luiz Henrique também é relator da matéria em outra comissão, a de
Reforma Agrária e acabou “adiantando o trabalho” e promovendo mudanças no
mérito da matéria. As mudanças podem adiar a expectativa do presidente da CCJ,
o senador Eunicio Oliveira (PMDB-CE), de que o tema voltasse à pauta nesta
semana.