Após prata, Bernardinho pede tempo para decidir futuro

Após
conquistar uma amarga medalha de prata diante da Rússia na final do vôlei
masculino da Olimpíada de Londres, na qual o Brasil chegou a ter dois
match points no terceiro set, Bernardinho revelou que pediu cerca de 20 dias
para definir o seu futuro como técnico da seleção brasileira. Neste período,
ele decidirá se continuará ou não no comando do time que assumiu em 2001,
quando iniciou o período mais vitorioso da história do País na modalidade.
Bernardinho
vem conciliando há um bom tempo o seu trabalho na seleção com o de técnico da
equipe feminina do Unilever, com quem ele tem contrato até abril do ano que
vem. Ele admite que agora é o momento de o Brasil contar com um técnico que se
dedique em 100% à seleção, pois será iniciado um trabalho de renovação
visando o ciclo que culminará nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio.
O
atual comandante da seleção acumulou três finais seguidas das duas competições
mais importantes do vôlei, tendo sido tricampeão mundial com os títulos de
2002, 2006 e 2010, além de campeão olímpico em Atenas/2004 e medalhista de
prata em Pequim/2008 e Londres/2012. E ele viu o seu segundo ouro em olimpíadas
escapar por pouco neste domingo, no qual creditou a derrota de virada ao
"domínio físico" dos russos a partir do terceiro set do confronto.
"A
partir do terceiro set vários de nosso jogadores começaram a sofrer com lesões.
Murilo no ombro, Dante no joelho, Sidão no cotovelo, sem contar o (Leandro)
Vissotto, que nem pôde jogar", afirmou Bernardinho, lembrando da lesão
muscular na virilha sofrida pelo ponteiro nas quartas de final, contra a
Argentina, que acabou deixando o atleta fora da semifinal diante da Itália e da
decisão contra os russos.
Para
completar, o treinador brasileiro exaltou a grande atuação de Dmitriy
Muserskiy, que fez 31 pontos e acabou sendo decisivo ao passar a atuar na
função de oposto no decorrer do confronto. "Além disso (dos problemas com
lesões), o cara começou a bater de todo jeito", disse.
E,
embora não tenha ficado satisfeito com a prata, Bernardinho mostrou certo
conformismo com o segundo lugar no pódio ao ressaltar que, antes da Olimpíada,
o Brasil não era tido como favorito a uma medalha em Londres, tendo em vista a
campanha ruim realizada pelo país na última Liga Mundial.
"Nenhum
prognóstico dava o Brasil como medalhista. Falavam de Estados Unidos, Polônia,
Rússia, mas nada do Brasil", disse o treinador, para depois
acrescentar:"Mesmo assim, tivemos uma participação importante, conseguindo
chegar à final".