Juros de cartão de crédito sobem para 439,5% ao ano
As taxas de juros continuam subindo no início deste ano. Segundo dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (24), a taxa de juros do rotativo do cartão de crédito subiu 8,1 pontos percentuais de dezembro para janeiro

As taxas de juros continuam subindo no início deste ano.
Segundo dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (24), a taxa de juros do
rotativo do cartão de crédito subiu 8,1 pontos percentuais de dezembro para
janeiro, quando atingiu 439,5% ao ano. É a maior taxa já registrada na série
histórica do BC, iniciada em março de 2011.
O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga
menos que o valor integral da fatura do cartão. Essa é a modalidade com taxa de
juros mais alta na pesquisa do BC. A taxa média das compras parceladas com
juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados,
subiu 8,3 pontos percentuais, de dezembro para janeiro, quando ficou em 144,5%
ao ano.
A taxa do cheque especial chegou a 292,3% ao ano, com alta
de 5,3 pontos percentuais. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha
de pagamento) aumentou 0,3 ponto percentual para 26,8% ao ano. A taxa do
crédito pessoal subiu 0,7 ponto percentual para 118,4% ao ano.
A taxa média de juros cobrada das famílias cresceu 2,4
pontos percentuais, de dezembro para janeiro, quando ficou em 66,1% ao ano. A
inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas
físicas, aumentou 0,1 ponto percentual para 6,2%.
Inadimplência
No caso das empresas, a taxa de inadimplência ficou em 4,7%,
alta de 0,2 ponto percentual. A taxa média de juros cobrada das pessoas jurídicas
subiu 1,8 ponto percentual para 31,5% ao ano.
Esses dados são do crédito livre em que os bancos têm
autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de
juros.
No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras
definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional,
rural e de infraestrutura) a taxa de juros para as pessoas físicas ficou em
9,9%, alta de 0,2 ponto percentual. A taxa cobrada das empresas subiu 2,3
pontos percentuais para 12,3% ao ano. A inadimplência das famílias ficou em
2,1% e das empresas em 0,9%.
O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos
bancos caiu 0,6% em janeiro, quando ficou em R$ 3,199 trilhões. Esse valor
correspondeu a 53,7% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB).