Brasil cria 1 milhão de empresas em 2012

O
aumento do número de Microempreendedores Individuais (MEI) impulsionou o índice
de abertura de empresas no Brasil neste ano.
O
país alcançou ontem a marca de 1 milhão de empresas criadas em 2012, segundo
levantamento do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário). Desse
total, 65% são do tipo MEI.
Excluindo
essa modalidade jurídica, a criação de empresas apresentou uma queda de 19,2%
no período, passando de 427 mil em 2011 para 345 mil neste ano.
O
estudo aponta que São Paulo foi o Estado com o maior número de novos negócios,
com 28% do total, seguido de Minas Gerais (11%), Rio de Janeiro (9%) e Rio
Grande do Sul (6%). A maior parte dos empreendimentos é do setor de serviços
(51%). Em seguida vêm comércio (37%) e indústria (8%).
Depois
do MEI, os tipos jurídicos mais comuns são a Sociedade Empresária Limitada, com
15%, e Empresário Individual, com 13,5%. Juntos, os três representam mais de
93% dos novos negócios.
CENÁRIO
NEGATIVO
O
tributarista Gilberto Luiz do Amaral, coordenador do estudo do IBPT, vê a
situação como preocupante. "Excluindo o MEI, os outros tipos empresariais
representam mais de 80% do emprego do país. O índice é um termômetro da
atividade econômica e reflete a queda na confiança do empresariado com o futuro
da economia diante de um cenário de menor consumo interno", analisa.
Por
outro lado, o tributarista classifica como um grande acerto a criação do MEI em
2008 como estímulo à formalização de profissionais autônomos com faturamento
anual de até R$ 60 mil.
"Sem
dúvida, é uma política acertada que vem reduzindo a informalidade na economia
brasileira", afirma.
Ele
alerta, no entanto, para o fato de que esses empreendimentos não representam a
criação de empregos.
"O
que vemos é mais a formalização de atividades que já existiam, de profissionais
que já atuavam no mercado, e não a criação de novos postos de trabalho."