Brasil fica no fim de lista que mede facilidade para iniciar negócios na internet
empreendimento na web

O
Brasil ocupa a 18ª posição em uma lista que aponta quão fácil é para as
empresas iniciarem seus negócios no ambiente virtual – o ranking com 23 países
considera aqueles com potencial de aproveitamento econômico da internet. O
líder é Taiwan, nação que oferece melhores condições, enquanto Filipinas é a
pior. As informações fazem parte de um relatório da BCG & McKinsey
divulgado nesta quinta (3), durante evento anual do Google para a imprensa
latino-americana em Santiago (Chile).
O
índice leva em conta a facilidade dos empreendedores em abrir um negocio no
setor, conseguir financiamento e acessibilidade à internet. Quatro países
sul-americanos ocupam as dez últimas posições dos piores no ranking dos países
chamados de "aspirantes".
De
um índice em que 100 seria o ideal e 0 o local mais difícil para um novo
empreendimento na web, a Colômbia alcançou 31 pontos; Brasil, 29, Argentina, 21
e Venezuela, 13. Mesmo com histórias de empresas bem-sucedidas nesses países, o
relatório aponta que ainda existe dificuldade devido a problemas de
infraestrutura, além da falta de atendimento a exigências burocráticas, tanto
na abertura do negócio como no pedido de financiamento.
O
estudo indica que essa dificuldade apresentada às empresas do ramo --
principalmente pequenas e médias -- em iniciar empreendimentos no ambiente
virtual faz com que o Brasil e outros países latino-americanos tropecem ao
aproveitar o potencial da internet. Outro problema apontado no país é a falta
de regulamentação na área de Telecomunicações.
Fernando
Rojas Mejia, coordenador do observatório regional de banda larga da BCG &
McKinsey, afirma que a região está ainda muito atrasada em termos de
conectividade e qualidade de serviço. "Estamos trabalhando com dez
governos da região, em uma tentativa de baixar os custos e melhorar a qualidade
da banda larga. Existe um uso ineficiente da banda larga e, fazendo algumas
modificações nos pontos de intercâmbio, haveria uma melhora muito
significativa", disse.
Mejia
refere-se a rotas ineficientes de dados; por vezes o tráfego entre dois países
próximos na região tem de passar pelos Estados Unidos.
A
pesquisa indica ainda que mais da metade dos usuários de internet no mundo
(cerca de 1 bilhão de pessoas) está concentrada em países emergentes. Até 2016,
a internet deve movimentar no mundo cerca de US$ 4,2 trilhões. Nos países desenvolvidos,
a contribuição da internet para o PIB é de aproximadamente 3,4%; já nos países
emergentes, esse número fica em apenas 1,9%. No Brasil, essa contribuição é de
1,4%.