Royalties: Senado aprova redistribuição

O
Senado aprovou nesta quarta-feira o substitutivo do senador Vital do Rêgo
(PMDB-PB) sobre o projeto de redivisão dos royalties do petróleo. Além do texto
base apresentado pelo relator, também foram aprovadas duas emendas que
suprimiam artigos colocados por ele. Foram retirados do projeto que seguirá
para a Câmara dos Deputados o trecho que permitia parecerias público-privadas
na exploração do petróleo e o trecho que definia as áreas de cada estado no
mar.
Os
senadores também aprovaram emenda que suprimiu do texto artigo que vinculava 3%
dos royalties da União para as Forças Armadas. Também foi aprovado o destaque
que retirou 2 pontos percentuais da parte que caberia aos estados e municípios
não produtores para repassar à União, que assim receberá 22% do total dos
royalties do petróleo que for extraído sob o regime de partilha. Estados e
municípios não produtores receberão 49% e os estados e municípios chamados "confrontantes"
ficarão com 29%.
Derrotados, os senadores do Espírito Santo e Rio de Janeiro brigaram em vão ao longo de todo o dia por mudanças no texto. Alegando prejuízos aos seus estados – que produzem a maior parte do petróleo extraído hoje e onde estarão os campos do pré-sal – os senadores propuseram a criação de um novo imposto de exportação, de mais cobrança sobre as petroleiras e a transferência de parte dos recursos da União para os chamados “produtores”
Nenhuma
das emendas relacionada a essas propostas, contudo, foi aprovada. “Temos que
respeitar. Perdemos uma batalha, mas não a guerra. Ainda há recursos para
reverter, recursos ao Supremo Tribunal Federal”, disse o senador Marcelo
Crivella (PRB-RJ). “Ainda haveremos de construir um consenso que não
prejudicará os estados produtores”, completou.
Foram
apresentadas 54 emendas ao substitutivo, das quais 51 foram rejeitadas. O
projeto seguirá para a Câmara dos Deputados onde a expectativa de votação
rápida não deverá ser atendida. O líder do governo na Casa, deputado Cândido
Vaccarezza (PT-SP), anunciou hoje que o projeto deverá seguir o trâmite normal,
levando pelo menos 30 dias para ser votado em definitivo no plenário da Câmara.
Ele atendeu à solicitação de deputados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo,
que reclamaram a falta de tempo para que possam apresentar contribuições ao
texto.