Especialistas recomendam cautela com dívidas

Divulgação
Especialistas
recomendam cautela no uso de modalidades de concessão de crédito como cheque
especial e cartão de crédito.
Segundo dados do Banco Central, mesmo com altas taxas de juros, o consumidor
brasileiro continua a recorrer aos serviços, que em junho responderam por 60,8%
do total de concessões de crédito para pessoas físicas.
Para o vice-presidente da Anefac (Associação Nacional de Executivos de
Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira,
apesar de serem empréstimos fáceis de serem tomados por estarem pré-aprovados e
disponíveis, eles têm um custo muito alto.
Segundo a Anefac, a taxa de juros do cheque especial ficou em 10,69% em julho.
Já no cartão de crédito, o percentual chegou a 8,27%.
Oliveira orienta os consumidores a negociar as taxas e os tipos de empréstimos
com os bancos. “Falta às pessoas saber que custa caro escolher essas
modalidades. O cheque especial só deve ser usado em prazo curto e em situação emergencial”,
diz.
O professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) e consultor de
finanças pessoais Newton Marques observa que, em geral, os consumidores usam
cheque especial e cartão de crédito quando já não têm margem para tomar
empréstimos com custo mais barato. Para ele, os consumidores devem fazer
planejamento de suas contas.
O primeiro passo é analisar detalhadamente cada uma das despesas e reduzir os
gastos que não são prioritários. “É preciso cortar na carne.”, diz Marques.
Quando o endividamento é alto, o consumidor pode vender bens, como o carro,
para pagar as dívidas. “A regra é não pagar juros”, destaca. O ideal é que,
além de quitar as dívidas, o consumidor reserve pelo menos 10% da renda para
aplicações e emergência.
Em cenário de incertezas no mercado internacional e de menor ritmo de
crescimento da economia brasileira, o conselho dos especialistas é evitar
dívidas. Isto porque um menor crescimento econômico pode levar trabalhadores do
setor privado a perder o emprego e servidores públicos a ficar com reajustes
salariais abaixo do esperado. “É preciso segurar as despesas”, completa
Marques.