Mineração de Bitcoin mais barata em Governo Lula: Zero imposto nos equipamentos

Em maio desse ano o Diário Oficial da União trouxe uma notícia que afetou profundamente a comunidade cripto brasileira. Servidores ASIC e contêineres de resfriamento imersivo de até 650 kW passaram a desfrutar de alíquota de importação zerada.

Mineração de Bitcoin mais barata em Governo Lula: Zero imposto nos equipamentos - Crypto
Crypto - Foto: Pexels
Gostou da notícia? Compartilhe com seus amigos!
📢 Compartilhe no WhatsApp 🚀
Continua após os destaques >>

O texto, assinado por Geraldo Alckmin, materializa a Resolução Gecex nº 726, que retira um peso fiscal de até 60% sobre equipamentos de ponta usados na mineração de Bitcoin. A isenção vale inclusive para clusters modulares e unidades plug-and-play, desenhadas para suportar fazendas de larga escala em regiões de clima quente.

A medida inverte a lógica que, durante anos, empurrava mineradores brasileiros para o Paraguai ou para o Texas. Equipamentos que custavam 15 mil dólares na origem ganhavam sobrepreço equivalente a um carro popular depois de somado o imposto de importação. 

Essa economia pode reduzir o preço de produção de cada Bitcoin extraído em território nacional, sem contar o efeito positivo da energia renovável mais abundante no Centro-Oeste. Ainda que o texto da resolução cite apenas o algoritmo SHA-256, é todo um acontecimento.

Isso reacende o interesse e a curiosidade por novas criptomoedas, muitas delas desenvolvidas para serem menos intensivas em energia ou para remunerar quem fornece liquidez em modelos proof-of-stake. O barateamento da mineração traz outras consequências para o país.

Energia cara? Desde 2024, nem tanto

Boa parte da conta de mineração no Brasil mora na tarifa elétrica. Em 2025, a ANEEL fixou o ACR Médio em R$ 307,29/MWh, valor apenas 2% acima do ano anterior e bem inferior ao teto de R$ 751,73/MWh estabelecido para o PLD máximo no mesmo despacho.

Para quem opera clusters dentro da faixa de eficiência contemplada pela nova isenção, cada terahash consumirá algo em torno de 90 centavos, cálculo que considera a média ponderada do mix hídrico-eólico no Centro-Oeste.

Não é coincidência que gestoras de infraestrutura estejam sondando terras em Goiás e Mato Grosso, estados com sobra de linha de transmissão e incentivos ao autoconsumo fotovoltaico. A conta muda de figura quando olhamos fora do país.

Dados da IEA, compilados pelo FMI, indicam que a mineração pode chegar a 0,7% das emissões globais de CO? até 2027, caso a expansão continue concentrada em regiões dependentes de carvão.

O Brasil, no entanto, parte de uma matriz com 88% de fontes renováveis, segundo o Balanço Energético Nacional. Isso suaviza pressões ambientais e abre espaço para um debate, já em andamento no Congresso, sobre reservas soberanas de Bitcoin como instrumento de política monetária.

Brasil no radar global dos pools de hash

Mesmo antes da isenção fiscal, empresas estrangeiras já sondavam usinas de biomassa e parques solares ociosos no Centro-Oeste. Agora, com ASICs livres de tarifa, o payback de uma farm média?, ?algo em torno de 8 MW?.

Grandes players, como a canadense Bitfarms, que em 2024 firmou acordo para 200 MW de hidrelétrica no Paraguai, já sinalizam que parte da próxima expansão pode cruzar a fronteira, aproveitando o arsenal de linhas de transmissão do Programa de Investimentos em Energia (PIE) brasileiro.

No mercado spot da CCEE, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) oscilou em média R$138/MWh entre janeiro e abril de 2025, mas contratos bilaterais de longo prazo em regiões com sobra hídrica ficam perto de R$300/MWh.

Convertendo para dólar, um minerador que opera a 28 J/TH gasta US$0,019 /kWh depois de benefícios como desconto de ICMS para autoprodução. O mesmo terahash custaria US$0,047/kWh em Houston, onde a tarifa industrial média está em 6,03 cents, e US$0,039/kWh em Ciudad del Este, base de várias farms paraguaias.

Para investidores, os benefícios são que há menos caixa imobilizado em hardware e maior previsibilidade regulatória, já que o imposto zerado está ancorado em uma resolução que costuma leva anos para ser revista.

Reserva soberana de Bitcoin entra no jogo político

A guinada pró-mineração também acendeu discussões no governo sobre acumular BTC como ativo estratégico. Em março, Pedro Giocondo Guerra, chefe de gabinete do vice-presidente Geraldo Alckmin, declarou que debater uma reserva soberana de valor em Bitcoin será determinante para a prosperidade do país.

Do lado legislativo, o deputado Eros Biondini recolhe assinaturas para um projeto que autoriza o Tesouro a converter parte das reservas internacionais em cripto, iniciativa que pode transformar as novas farms em compradoras líquidas da produção doméstica. Mas a proposta avança sob o olhar atento de ambientalistas.

Embora o Brasil parta de uma matriz majoritariamente renovável, a continuidade dos incentivos dependerá de metas de eficiência. Enquanto a ANEEL confirma o ACR Médio de R$307,29/MWh para 2025, a Câmara dos Deputados prepara audiências públicas para mensurar o impacto da mineração no sistema elétrico.


📢 Leia mais notícias em

AndraVirtual 🔗

📲 Acompanhe nas redes sociais

Mais Destaques >>

Usamos cookies necessários e, com seu consentimento, analytics, publicidade e mídias sociais. Consulte nossa Política de Privacidade.