Contra exploração sexual, Ministério do Turismo notifica 2,1 mil sites
MINISTÉRIO DO TURISMO

Como
parte de uma iniciativa para proteger ícones e símbolos nacionais, o Ministério
do Turismo busca, há 1 ano, páginas que associem o Brasil à pornografia e
prostituição. Um balanço será divulgado nesta terça-feira (27).
Nesse
tempo, foram analisadas 38.865 páginas, das quais 2.169 receberam
"notificações administrativas" por conterem conteúdo julgado
impróprio. Destas, 1.100 responderam positivamente, alterando ou removendo o
conteúdo considerado infrator, segundo a pasta.
O
projeto teve início quando o governo decidiu agir contra a utilização indevida
da marca do ministério e de programas como o "Turismo Sustentável &
Infância" e o "Viaja Mais Melhor Idade". De acordo com o
governo, essas marcas estavam sendo usadas pelas páginas para ganhar
credibilidade junto aos internautas.
Durante
a execução do projeto, diversos outros sites utilizando ícones e símbolos
nacionais foram encontrados. Algumas das páginas chegavam a divulgar
"pacotes de viagens" no Brasil que incluíam ofertas com "duas
garotas por noite". Outras ofereciam fotos ou encontros com menores de
idade.
Essas
páginas receberam uma notificação do ministério, enviada ao responsável pela
página e para o provedor, solicitando a remoção do conteúdo com base na lei
brasileira de propriedade industrial, que proíbe o uso de símbolos nacionais
"de modo que possa induzir em erro ou confusão".
Sites
que não mudaram
No entanto, de 11 sites que o Turismo citou como exemplo do programa para a
reportagem, apenas 2 haviam retirado os símbolos nacionais dos conteúdos das
páginas. Os demais continuavam citando o país.
O
ministério explica que o órgão não tem competência para enquadrar crimes
específicos que podem ser cometidos pelas páginas, mas que enviou um documento
para avaliação da Secretaria Nacional de Direitos Humanos do Ministério da
Justiça.
A
maioria das páginas – 65% - estava hospedada nos Estados Unidos, embora não se
saiba o país de residência dos responsáveis pelos sites. Apenas 10% das páginas
que receberam as notificações estavam em computadores brasileiros.
A
ação, segundo o Turismo, está fundamentada na lei 11.771 de 2008, que
estabelece como política nacional o combate às "atividades turísticas
relacionadas aos abusos de natureza sexual". De acordo com Turismo, essas
páginas afetam negativamente a imagem do país. Em 2012, diz a pasta, R$ 183
milhões serão investidos em propagandas e iniciativas para associar o Brasil a
conceitos como diversidade cultural, atrativos naturais, praias e culinária
local.