Lei da Ficha Limpa volta à pauta do Supremo

O
julgamento da validade da Lei da Ficha Limpa, interrompido no último dia 9 de
novembro por um pedido de vista do ministro Joaquim Barbosa, deverá ser
retomado no STF (Supremo Tribunal Federal). As três ações que tratam do
assunto foram incluídas na pauta desta quarta-feira agora há pouco pelo
presidente da Corte, Cezar Peluso.
Ao pedir vista, Joaquim Barbosa disse que iria esperar a chegada da ministra
Rosa Weber para trazer o caso de volta a plenário. Na ocasião, ele argumentou
que faria isso para evitar possíveis constrangimentos na hipótese de novo
empate entre os ministros, e o relator da matéria, Luiz Fux, disse que
conversaria com Barbosa para tentar demovê-lo da ideia, uma vez que considerava
o julgamento urgente. Rosa Weber foi indicada pela presidenta Dilma Rousseff
para ocupar a vaga de Ellen Gracie, que se aposentou. Mas seu nome ainda tem
que passar pelo Senado.
Barbosa liberou os processos para o plenário ontem. São três ações em análise,
sendo que a principal é a da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A
entidade pede que o STF declare a constitucionalidade de toda a Lei da Ficha
Limpa para que não haja dúvidas para as eleições do ano que vem.
O julgamento será retomado com o voto vista de Barbosa. Até agora, o único voto
proferido é o de Fux, que fez uma defesa quase integral da lei. O ministro
propôs apenas uma alteração: só ficariam inelegíveis políticos que renunciassem
para escapar de possível cassação quando o processo no Conselho de Ética já
estivesse em andamento.
A proposta foi rechaçada pelos defensores da lei, que viram a possibilidade de
brecha para políticos escaparem da inelegibilidade. Em seguida, Fux admitiu que
poderia mudar seu voto para adequá-lo à versão mais austera da norma.