Mulheres no exterior ganham disque-denúncia
direitos

Brasileiras
que estão em Portugal, na Espanha e na Itália em situação de risco e ameaça
ganham a partir de hoje mais apoio. É um número de telefone para o qual elas
fazem a chamada, relatam o problema e indicam o que querem que seja feito.
O projeto é piloto, mas a ideia é estendê-lo para a Europa e as Américas. O
serviço é resultado de uma parceria da Secretaria de Políticas paras as
Mulheres (SPM) e dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores.
O serviço chamado de Ligue 180 é gratuito e será lançado hoje em Brasília pelos
ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria de Políticas para
as Mulheres, Iriny Lopes, e pelo secretário executivo do Ministério das
Relações Exteriores, Ruy Nogueira.
Projeto
Há dois anos, o governo brasileiro vinha trabalhando para a criação desse canal
de apoio. As mulheres em situação de violência no Brasil já tinham acesso ao
serviço, por meio do número de telefone 180.
“A ideia é estar disponível 24 horas. Antes havia o apoio prestado pelos
serviços consulares, muitas vezes o pedido de ajuda não ocorria porque algumas
mulheres ficavam constrangidas de relatar o que estavam passando. Agora haverá
um atendimento só para elas”, disse a chefe do Departamento Consular e de
Brasileiros no Exterior, Maria Luiza Ribeiro Lopes da Silva.
A diplomata disse que a orientação é para que as atendentes recebam as queixas
e providenciem os encaminhamentos desejados pelas mulheres que fazem as
reclamações. “O telefonema pode ser anônimo. Se a mulher não quiser fornecer
detalhes por temor ou receio, a reclamação será feita da mesma forma”, disse
Maria Luiza Silva.
Violência
Pelos dados divulgados na primeira quinzena deste mês pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), 491.645 brasileiros viviam em 193 países, em
2010. Porém, esse número não inclui as pessoas que podem ter emigrado, por
exemplo. Os principais países procurados pelos brasileiros são os Estados
Unidos, Portugal, a Espanha, o Japão, a Itália e a Inglaterra.
“Hoje, infelizmente, apenas temos informações de que as queixas de violência
contra a mulher são numerosas. Mas essas pessoas que sofrem, as vítimas, ainda
são invisíveis. Queremos saber qual é a demanda para tomar as devidas
providências e evitar que o problema permaneça”, disse Maria Luiza Silva.
Para criar o serviço de apoio às mulheres, o governo brasileiro considerou os
locais onde há mais registros de casos de violência contra pessoas do sexo
feminino. O mapeamento foi feito com base em dados da Polícia Federal, dos consulados
brasileiros no exterior e da Secretaria de Políticas paras as Mulheres.
Ações localizadas
Nesta primeira etapa do serviço, atuam os consulados do Porto e de Lisboa
(Portugal), de Madri e Barcelona (Espanha) e de Milão e Roma (Itália). Para entrar
em contato com o serviço há três números distintos. Se a mulher estiver em
Portugal, ela deve telefonar para 800 800 550, pedir a opção 3 e discar 61 37
99 01 80.
Caso a brasileira esteja na Espanha, o número que deve ser discado é 900 990
055, com a escolha da opção 3. Em seguida, ela deve discar 61 37 99 01 80. Se a
mulher estiver na Itália, o número a ser discado é 800 172 211, opção 3.
Depois, ela deve discar 61 37 99 01 80. O serviço estará disponível 24 horas,
segundo o Ministério das Relações Exteriores.