Estudo vê melhoria no ensino com criação de bônus para docente

Um
estudo apresentado ontem em seminário da Fundação Itaú Social, no Rio, conclui
que o sistema de bônus por resultado para professores na rede estadual de São
Paulo teve impacto positivo nas notas de estudantes do quinto ano.
A
conta foi feita também para os estudantes do nono ano, mas, neste caso, não foi
detectado impacto. O bônus é dado de acordo com o resultado da escola no Idesp,
um indicador criado pelo governo para avaliar as condições da qualidade do
ensino.
O
trabalho dos pesquisadores da USP de Ribeirão Preto (313 km de SP) Cláudia
Oshiro e Luiz Guilherme Scorzafave é um dos primeiros a serem divulgados sobre
o programa, iniciado em 2008.
Eles
compararam a variação nas notas entre 2007 e 2009 na Prova Brasil (avaliação
federal) nas escolas estaduais com as unidades municipais. Foram usadas
instituições com as mesmas características e que atendem perfil de aluno
semelhante.
O
ganho da rede estadual em matemática no período foi de sete pontos. Isso
representa pouco mais da metade do que se espera que um aluno aprenda em um
ano, já que 12 pontos na escala desta avaliação equivalem ao aprendizado no ano
letivo.
Uma
hipótese levantada por Scorzafave para explicar por que o mesmo resultado não
foi encontrado no nono ano é que, nesta série, com estudantes mais velhos, pode
ser mais difícil ter impacto a curto prazo.
Questionado
se o ganho maior não pode ser resultado de outras políticas, o pesquisador
disse que a premiação por mérito, no período analisado, foi, em sua avaliação,
a política mais importante.
Recentemente,
a Prefeitura de Nova York abandonou sua política de bônus após um estudo ter
concluído que ela não era eficiente.