Proibição de 'kit gay' nas escolas será votado hoje

Um
projeto de lei que prevê proibir a divulgação do ‘kit gay’ contra a homofobia
nas escolas de São José dos Campos (97 km de São Paulo), será votado na noite
desta quinta-feira (11) na Câmara da cidade.
A
proposta polêmica, apresentada pelo vereador Cristovão Gonçalves (PMDB), entra
em pauta pela terceira vez no Legislativo e tem causado protestos entre
representantes do Fórum Paulista GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e
Transexuais) e líderes religiosos.
A
discussão em torno da distribuição da cartilha e vídeos com conteúdos de
caráter educativo e ligados a homossexualismo, transexualidade e bissexualidade
ganhou força após a presidente Dilma Rousseff ter cedido a pressões da bancada
evangélica da Câmara dos Deputados para que fosse realizada uma revisão no
material. O ‘kit gay’ seria distribuído a partir do segundo semestre.
O
autor do projeto se antecipou à avaliação do MEC (Ministério da Educação), que
ainda analisa o conteúdo do material, e afirma que o ‘kit gay’ não é educativo
e induz jovens ao homossexualismo. O UOL Notícias entrou em contato com o
vereador, mas não teve o retorno.
Após
fazer uma consulta jurídica, Gonçalves disse que se a lei for aprovada, ela
será válida para todas as escolas municipais, estaduais e particulares de São
José dos Campos. As instituições que descumprirem a medida poderão receber
multa de R$ 1.000.
Integrantes
do Fórum Paulista GLBT, que já protestaram nas primeiras sessões da
apresentação do projeto, repudiam a proposta. “É um absurdo a iniciativa deste
vereador. Ele está indo contra todo um trabalho que visa a acabar com o
preconceito. Vamos combater a homofobia em todas as esferas”, disse um dos
representantes do Fórum, Luiz André Moresi.
Para
o coordenador da Campanha da Fraternidade da Igreja Católica, José Luis Nunes,
favorável ao projeto, o MEC deveria se preocupar com outras demandas na
educação. “Temos muitas outras coisas para fazer pela educação. O MEC não deve
impor esse tipo de situação às pessoas. O assunto não foi resolvido nem
internamente (no MEC). Esse material, pela minha avaliação, é totalmente
prejudicial e inoportuno para a sociedade”, disse.