Programa Minha Casa exclui mais pobres em SP

O
programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida completou dois anos sem
entregar nenhum imóvel às famílias da cidade de São Paulo que recebem até três
salários mínimos (R$ 1.395).
A
Caixa Econômica Federal informou, em nota, que "o principal entrave é o
custo dos terrenos em São Paulo, que é maior do que nas demais cidades do
país".
O
alto custo de produção, como preço do terreno e infraestrutura de água e
esgoto, não cabe, segundo a iniciativa privada, no teto de R$ 52 mil definido
pelo governo para os imóveis destinados à baixa renda.
Isso
inviabilizou o sucesso do programa na cidade, diz José Carlos Martins,
vice-presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil).
"Você há de convir que alguma coisa em São Paulo de R$ 52 mil é obra de
ficção", afirma.
Sérgio
Watanabe, presidente do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção
Civil em São Paulo), diz que existiam 400 mil unidades a serem distribuídas no
Brasil para a faixa de até três salários. A cidade de São Paulo teria 70 mil.
"Tinha
o potencial, mas só foram viabilizadas 3.000 habitações. Assim mesmo, só com
subsídio e doação de terreno pelo município", diz.
Estão
previstos para a capital 23 empreendimentos, com 3.596 habitações, orçados em
R$ 186,1 milhões. As obras de 21 deles estão em andamento, com entrega prevista
para a partir do segundo semestre de 2011, informa a Caixa.
Watanabe e Martins concordam que a viabilidade econômica do programa passa pelo aumento do valor-limite de R$ 52 mil para cada imóvel, aliado a incentivos públicos, como doação de terreno e infraestrutura.